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Guimarães disposto a briga para ser candidato a senador
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Guimarães disposto a briga para ser candidato a senador

Sobre a disputa com Júnior Mano e Moses Rodrigues para concorrer ao Senado, ele afirma que quem vota contra o governo não terá apoio de Lula nos estados
Tipo Opinião
JOSÉ Guimarães, líder do governo Lula, deu muitos recados (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES JOSÉ Guimarães, líder do governo Lula, deu muitos recados

O deputado federal José Guimarães (PT) está em recuperação de delicada cirurgia cardíaca e passou algum tempo afastado da política. Nesse período, houve avanço de outras pré-candidaturas ao Senado. No retorno gradual, foi entrevistado pelo colega Carlos Mazza e por mim no podcast Jogo Político. Foi uma entrevista quente, com recados a aliados, como o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que segundo ele “não está dando conta” de reduzir os juros. Sobre os membros do centrão no governo — André Fufuca (Progressistas), do Esporte; Celso Sabino (União Brasil), do Turismo, e Silvio Costa Filho (Republicanos), dos Portos e Aeroportos — disse que são “ótimos ministros” e gosta deles, mas “precisam mostrar serviço” na articulação com o Congresso Nacional. “Não pode ter ministro do governo que não dá um prego numa barra de sabão lá na relação com a Câmara”. Aliás, sobre a Casa legislativa, foi duro: “Não tem nível aquela geringonça (Câmara) para discutir nada”.

Em relação ao Ceará, o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados afirmou que não irá ceder sobre ser candidato ao Senado. Disse que não atenderá a pedidos para se retirar. “Não tenho disposição de negociar a minha saída". Se necessário, irá para a disputa interna no PT. Há pelo menos 30 anos, ele tem maioria no partido, mas o fortalecimento de Camilo Santana (PT) torna o resultado incerto. Após desistir em 2014, assegura sobre 2026: “Não vou aceitar qualquer apelo”.

Questionado sobre dois possíveis candidatos a senador pela base e que votaram contra o Planalto sobre a MP 1303 — Júnior Mano (PSB) e Moses Rodrigues (União Brasil) — ele afirmou: “Quem estiver votando contra o governo não terá o apoio do presidente Lula nos estados”.

“Não é razoável, o cara faz o que quer em Brasília, tem emendas, tem cargos. Eu conheço deles que têm cargos aqui no Ceará, que a Gleisi (Hoffmann, ministra das Relações Institucionais) vai tirar. E continua fazendo essas peripécias contra o governo”. “Malandragem” e “jogo duplo” foram algumas das definições usadas para caracterizar a postura.

Posição

Guimarães informou que será o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) nacional do PT, responsável por tratar das candidaturas em todos os estados.

Federação

Alguns dos principais esforços da articulação política do governador Elmano de Freitas (PT) são hoje dedicados a atrair a federação União Brasil/Progressistas. Algo em que o deputado não acredita. “Eu não sou a favor de uma impossibilidade. Isso já foi”.

O binômio partidário representaria gorda fatia de tempo no horário eleitoral. Em troca, a base acena com uma das duas vagas de candidato a senador — espaço que Guimarães reivindica para si.

Nobel da discórdia

O Comitê do Nobel tem senso de humor. Diante da campanha agressiva de Donald Trump para receber o Nobel da Paz, algo que ridicularizaria a premiação, a escolhida foi a opositora venezuelana María Corina Machado — cuja indicação partiu de Marco Rubio, secretário de Estado da Casa Branca. No fim das contas, desagradaram os conservadores que defendiam Trump e também os progressistas que se alinham à Venezuela de Nicolás Maduro.

Já senso de ridículo falta ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ambos insatisfeitos por Trump não ter sido escolhido. O absurdo nem é quererem o prêmio para alguém que participou de bombardeio ao Irã e quis anexar Canadá e Groelândia. Mas por serem os dois governantes no mundo com menos legitimidade para opinar sobre paz.

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