Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
As mesmas pessoas que comemoram uma fileira de cadáveres cobram direitos humanos e anistia para pessoas condenadas judicialmente por crime contra democracia. Direito a julgamento que não foi dado aos cadáveres cujas mortes eles celebram
Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
MULHERES choram junto do corpo de homem morto, na praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro
O mineiro Nikolas Ferreira falou que Rio de Janeiro teve a “maior faxina da história”.
O deputado federal Capitão Alden (BA), vice-líder da oposição na Câmara, sugeriu a hashtag nas redes sociais: “Rumo aos 200 mortos”.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que a operação foi um sucesso.
Todos são do PL. O mesmo partido que considera vítimas de uma enorme brutalidade as pessoas presas por envolvimento em conspiração golpista que incluiu desde ataque e depredação dos Três Poderes até caminhão com explosivo no aeroporto de Brasília.
Os sujeitos que querem anistiar os processados perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Que foram condenados judicialmente e estão recorrendo.
Porque processar e julgar é injustiça, é Xandão isso e aquilo, abuso, autoritarismo, ditadura. Precisa denunciar internacionalmente, pedir sanção de Donald Trump. Taxar a economia brasileira.
O Eduardo Bolsonaro (adivinha o partido) teve a pachorra de dizer que foi aos Estados Unidos “buscar as devidas sanções para os violadores dos direitos humanos”. Direitos humanos, para eles, só para humanos de direita. Só para aliados. Para os moradores das favelas, é a lei da selva.
Mas tudo bem promover matança em massa de pessoas pobres sem julgamento, sem direito a advogado, sem responder perante a Justiça. Pessoas muitas das quais a identidade era desconhecida. Contra quem não existe nada. Nada.
E aí os grandes defensores da liberdade e da Justiça, que denunciam o arbítrio, acham tudo isso a coisa mais linda. Que bela fileira de cadáveres. Bem feito para as mães, esposas e filhos abraçados aos corpos jogados no asfalto. Salva de palmas.
Ciro Gomes (PSDB) admitiu diferenças e quer trabalhá-las “sem vergonha nenhuma, sem nenhum cabimento de ficar escondido seja de quem for”. Pois “do Ceará para frente é quase tudo afinidade e algumas desavenças que nós vamos amadurecer fraternalmente”.
Não faço ideia do que seja vencer uma eleição. Esses aí venceram muitas. Imagino que seja muito bom a ponto de, em nome de aumentar as chances, estarem dispostos a qualquer coisa.
Precauções
O governo Elmano de Freitas (PT) precisa estar vigilante para possíveis efeitos colaterais. A facção alvo da operação, o Comando Vermelho, tem forte presença no Estado. Já houve outras ocasiões em que, em sinal de luto pelas mortes de chefes criminosos, o terror tomou conta de comunidades, com ações desde o fechamento do comércio até incêndio de veículos.
Outro perigo é que, diante das ações repressivas no Rio, haja migração de criminosos. Pela forma como a organização está estabelecida, o Ceará é um potencial destino.
Ex-secretário Cabeto lança Centro de Análises de Políticas Públicas
O ex-secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, lança nesta sexta-feira, 31, o Centro de Análises de Políticas Públicas do Ceará. A proposta é se debruçar sobre a eficiência das ações governamentais, com divulgação trimestral de estudos qualitativos, de eficiência e transparência. O lançamento será no hotel Gran Marquise, de 9 às 13 horas.
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