Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Os riscos envolvidos no bom debate do plano diretor
O perigo é aparecer propostas subterrâneas, na surdina. Sem discussão ou visibilidade. Coisa às vezes pequena. Tão pequenas que se tornam específicas demais. Atendem a objetivos bem determinados. Medidas que costumam ser apresentadas de última hora
Foto: AURÉLIO ALVES
PLANO Diretor define marcos para Fortaleza
Com o texto-base aprovado na comissão especial, o plano diretor entra na fase crucial. As emendas já vêm sendo apresentadas e serão apreciadas na Câmara Municipal. Elas promoverão alterações no texto em tramitação. As modificações costumam ocorrer justamente nos detalhes mais importantes. As modificações aprovadas e rejeitadas definem o plano. O documento, por sua vez, estabelece como a cidade caminhará para a próxima década. Uma Fortaleza mais ou menos quente, com mais ou menos trânsito, mais bonita ou mais feia, melhor ou pior para viver é decidida nesses aspectos.
O debate franco e aberto é positivo. O município é diverso. Diferentes concepções são colocadas em disputa. É legítimo haver pressões. A discussão transparente e pública é bem-vinda e necessária.
Não precisa haver uma diretriz única. Pode-se proteger áreas verdes, dunas e mananciais, ao mesmo tempo em que se permite mais construções em outros locais. Em algumas áreas, é positivo liberar maior adensamento, com mais gente vivendo em menos espaço, de modo a reduzir deslocamentos e otimizar infraestruturas. Um problema dos superprédios é adensar mais as regiões já verticalizadas. Derrubam prédios para construir outros mais altos ainda.
Fortaleza é constituída de interesses múltiplos, eventualmente contraditórios. O plano diretor provavelmente não atenderá plenamente a ninguém. Mas precisa contemplar a maioria da população. O papel da política é fazer a mediação.
O perigo é aparecer propostas subterrâneas, na surdina. Sem discussão ou visibilidade. Coisa às vezes pequena. Tão pequenas que se tornam específicas demais. Atendem a objetivos bem determinados. Medidas que costumam ser apresentadas de última hora. Isso é preocupante.
A cidade é composta de demandas diversas: sociais, urbanísticos, ambientais, econômicos e tantos mais. Aquilo que é submetido ao escrutínio público pode ser positivo ou negativo, mas é legítimo. A operação nas sombras é inaceitável.
O plano não deve sair à feição de ninguém e nenhum grupo de interesse. O problema é que, historicamente, setores que representam pouca gente e muito dinheiro buscam fazer a vontade prevalecer driblando o debate público. O ruim é quando conseguem.
Prefeitos na mira do TRE-CE
Numa importante sessão de julgamentos, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), na terça-feira passada, 11, colocou em situação complicada os prefeitos de dois dos municípios mais importantes do Ceará. O placar pela cassação de Roberto Filho (PSDB), de Iguatu, está em três votos a dois. Falta o voto da presidente. Se ela empatar, favorecerá o gestor. O caso é complexo, denúncia de envolvimento com facção criminosa. Houve debate sobre a consistência das provas.
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