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Sinais da campanha governista
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Sinais da campanha governista

Tipo Opinião
Roberto Cláudio apresentou o tom da campanha (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Roberto Cláudio apresentou o tom da campanha

O retorno dos trabalhos legislativos teve ontem alguns gestos emblemáticos do que será a campanha eleitoral em Fortaleza. Separados por algumas dezenas de minutos, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o governador Camilo Santana (PT) discursaram, respectivamente na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. As falas expressaram os momentos distintos dos dois gestores. O governador tem três anos de mandato pela frente. O prefeito está em contagem regressiva dos últimos 11 meses dos oito anos de poder. Faz cada movimento de olho na eleição do sucessor, mesmo sem ter ainda escolhido candidato. Na oposição, Capitão Wagner (Pros) se move de forma explícita e há bastante tempo. O discurso de ontem foi o primeiro ato informal de campanha da base.

RC apresentou as armas com as quais pretende fazer o sucessor. O discurso de campanha antes do candidato que irá entoá-lo. Falou de obras, resultados, da saúde financeira do Município, anunciou aumento salarial para os servidores, respondeu a críticas. O discurso de RC foi mais longo que o de Camilo. Natural: o governador fez a abertura do ano. O prefeito fez balanço do governo.

Camilo também trouxe componente eleitoral, de forma indireta. Falou dos investimentos em segurança e no aumento para policiais. Demarcação direta em relação ao Capitão Wagner.

Quanto ao candidato para levar este discurso governista, a definição se afunila. Como mostrou ontem o colega Carlos Mazza, o núcleo duro do Paço Municipal trabalha com o cenário de iminente desincompatibilização de Samuel Dias (PDT), talvez até antes do prazo, que é junho. Dessa forma, ele fica livre para ser candidato. Não é garantia de que será ele o nome, mas é sinal de que ele está forte na briga.

Prefeito e governador alinhados

Roberto Cláudio defendeu ontem a importância de prefeito e governador serem alinhados. Discurso que ele faz porque o governador é aliado dele. Se fosse oposição ele obviamente não faria. Assim como o grupo já defendeu a sintonia em relação ao presidente da República e não defende mais. Aliás, sintonia por sintonia, podia votar no PT, que é o partido do governador.

O que precisa é os entes trabalharem de olho no interesse público, cumprindo seus papéis institucionais e não de olho nos interesses partidários.

A perpetuação do poder

O POVO traz hoje o segundo caderno do especial Expedição Borboletas. Equipes de reportagem, entre as quais está este colunista, refizeram percursos pelos quais passou há 160 anos a primeiras expedição formada apenas por cientistas brasileiros. No caderno de hoje, texto do colega Carlos Mazza trata dos aspectos políticos do Ceará da metade do século XIX e de hoje.

Em Saboeiro, nos Inhamuns, a Comissão foi recebida pela família Fernandes Vieira, que mandava na política local em 1860. O atual prefeito, Gotardo Martins (PSD), descende da mesma família. Assim como o 1º vice-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Adail Fernandes Vieira Júnior (PDT).

Em Tauá, a "Comissão das Borboletas" foi recebida pela família Feitosa, importante na economia e na política local ao longo dos séculos. Entre os descendentes está o atual presidente do DEM no Ceará, o empresário Chiquinho Feitosa, ex-deputado federal e suplente do senador Tasso Jereissati (PSDB).

Em Sobral, a Comissão foi recebida pelo senador Francisco de Paula Pessoa. Entre os membros da família está o atual prefeito de Santa Quitéria, ex-deputado Tomás Albuquerque de Paula Pessoa, conhecido como Tomás Figueiredo.

Em Sobral, a Comissão narrava em 1860 o acirramento político. Mulher de um partido não namorava homem de outro e vice-versa. "As ideias políticas são muito extremas, mesmo entre mulheres ali na moradia procuram-se avizinhar-se os grupos do mesmo partido", escreveu o presidente da Comissão, Francisco Freire Alemão. O especial Expedição Borboletas está disponível em especiais.opovo.com.br/borboletas

 

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