Citando Palmeiras, Flamengo volta a atacar a Libra, que revida e amplia briga
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Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito
Foto: Adriano Fontes / Flamengo
Palmeiras e Flamengo brigam também pela liderança do Brasileirão 2025
Enquanto o Flamengo se vê novamente no centro de uma disputa interna e pública dentro da Libra, Fortaleza e Ceará seguem em caminho oposto, fortalecendo a escolha feita há mais de um ano ao aderirem à Liga Forte União (LFU). A diferença entre os dois blocos está cada vez mais evidente. Enquanto a LFU avança com discurso de equilíbrio, transparência e distribuição mais justa das receitas, a Libra mergulha em uma guerra de bastidores que ameaça sua própria credibilidade.
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, reacendeu a crise ao afirmar que o clube está sendo excluído das discussões internas e ao acusar o grupo de ser “palmeirense”, numa referência direta à influência da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Segundo ele, o Flamengo tentou negociar por meses antes de acionar a Justiça, que concedeu liminar bloqueando R$ 77 milhões em receitas de TV até a definição dos critérios de rateio.
Bap também negou que o Flamengo tenha se recusado a participar do comitê de integração com a LFU, afirmando que o pedido foi rejeitado por Palmeiras e São Paulo. O dirigente diz que o clube busca apenas um debate mais claro sobre os percentuais de distribuição, principalmente na fatia de 30% ligada à audiência. Na visão rubro-negra, o cálculo atual não reflete o peso real do Flamengo nas diferentes plataformas e acaba distorcendo o modelo de divisão.
A Libra reagiu duramente. Em nota oficial, classificou as falas do presidente como “descontroladas e negligentes” e defendeu a isenção de seus dirigentes e advogados. A entidade ressaltou que o Flamengo participou de todas as etapas de elaboração do estatuto e que as receitas do clube cresceram mais de 100% em relação ao modelo anterior, negando qualquer prejuízo. O comunicado também buscou reforçar a imagem de pluralidade, dizendo que “a Libra é de todas as cores e de todos os clubes do Brasil”.
Por trás das trocas de acusações está um impasse maior: a dificuldade do futebol brasileiro em encontrar uma estrutura de liga que una os clubes em torno de um projeto coletivo. Enquanto a Libra se desgasta em disputas por protagonismo, a LFU reúne times como Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Corinthians e Vasco com a meta de criar um modelo mais sustentável. O grupo é presidido por Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, e defende um formato de divisão mais equilibrado, com 45% das cotas iguais, 30% por desempenho e 25% por audiência, mas com limites de diferença entre o maior e o menor ganho.
Fortaleza e Ceará entenderam cedo que a força de mercado vem da soma das marcas, não da dominação de uma ou duas. A experiência mostra que uma liga baseada em rivalidades políticas e disputas de vaidade perde valor e afasta investidores. O caso do Flamengo ilustra esse risco. Mesmo sendo o clube de maior apelo nacional, a postura de isolamento e o tom de confronto têm dificultado qualquer avanço coletivo.
Enquanto a Libra tenta conter os danos e reafirmar sua unidade, a LFU segue crescendo de forma silenciosa, atraindo clubes e investidores com um discurso de estabilidade e visão de longo prazo. No fim, o futebol brasileiro ainda parece longe de falar a mesma língua, mas o contraste entre os dois blocos mostra quem está mais perto de construir um futuro viável e quem ainda insiste em olhar apenas para o próprio umbigo.
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