Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Certamente não é do gosto do prefeito José Sarto (PD), que tem uma cidade para tomar de conta, afinal, mas o clima pré-eleitoral tomou de conta do ambiente político de Fortaleza muito antes do esperado e do justificável. Todo mundo se movimenta como se a campanha estivesse às portas de começar, embora, de verdade, ainda estejamos a um ano do período oficial, aquele que a justiça autoriza que aconteça.
E é um contexto, diga-se, pleno de coisas esquisitas, como é o caso, olhando para o que aconteceu na semana passada, da estranha discussão, via redes sociais, entre os ex-aliados Roberto Cláudio e Evandro Leitão. Estranho porque tenta estabelecer uma polarização entre figuras que não parecem ocupar um mesmo plano do cenário político atual, ou seja, dificilmente o ex-prefeito de Fortaleza está no radar que orienta as posições mais imediatas do presidente da Assembleia Legislativa e vice-versa. O tom belicoso das mensagens que os dois travaram nem é o mais importante.
Confunde um pouco mais a compreensão geral o fato de Roberto Cláudio ter feito o primeiro movimento, criticando em tom áspero por suas redes sociais a maneira como Evandro Leitão está deixando o PDT. Claro que faz parte do seu esforço de garantir o controle do processo eleitoral pelos lados pedetistas, inclusive considerando que é o presidente da executiva municipal, mas a marola que se cria conturba o quadro de uma maneira que, insistirei, não interessa ao prefeito José Sarto.
Até porque, nesse contexto de clima eleitoral (muito) antecipado, normal mesmo é que as coisas se apressem nos grupos de oposição em geral ao grupo que hoje ocupa o Paço Municipal, com Sarto à frente. No PT, então, o tema assumiu prioridade máxima para as principais lideranças, o que tem obrigado os interessados no partido em disputar a prefeitura de Fortaleza a colocarem já agora seus blocos na rua. É o que fizeram, nos últimos dias, Luizianne Lins, Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar.
Da mesma forma que o tema começa a dominar as conversas também na ala oposicionista mais à direita, especialmente simbolizada pelos bolsonaristas e pelo ex-deputado Capitão Wagner. Para o primeiro turno, pelo menos, se reduz a cada dia que passa as chances de um entendimento que unifique candidatura e garanta palanque único. Pode notar que aumentou bastante nos últimos dias o ritmo das declarações e ações deles voltadas ao cenário eleitoral de 2024 em Fortaleza, em geral indicando uma certa indisposição para acertos entre as partes.
A má notícia embutida na situação criada na semana passada pelo principal aliado de Sarto para o seu projeto de reeleição é que não tem mais jeito. Cuidar da gestão representa uma forma eficiente de fortalecer uma eventual candidatura à reeleição, portanto, no caso dele, manter o foco nas prioridades reais da cidade e de seus moradores parece a maneira correta de trabalhar para chegar forte à briga pelo voto do eleitor fortalezense. Uma circunstância que recomenda evitar que marolas se criem, se evitáveis forem.
"Eu acordo cinco e meia da manhã, vou entregar uma escola de tempo integral, vou visitar uma obra que está sendo feita, uma drenagem e pavimentação...
José Sarto, prefeito de Fortaleza, numa de suas várias declarações recentes que tentam reforçar foco absoluto na gestão da cidade.
"
Está ganhando corpo, dentro do PDT, a corrente que defende uma ação ainda mais forte contra o deputado estadual Evandro Leitão, que ganhou uma carta de anuência aprovada pelo diretório estadual e desfiliou-se da sigla. O grupo quer que a direção nacional exija, além do mandato, o imediato afastamento dele da própria presidência da Assembleia, sob alegação de que estar filiado a uma agremiação é condição para ocupar o cargo. O que se alega é que o posto deve ser entregue a alguém do partido que tem a maior bancada na Casa. Ou seja, do PDT.
Conversei com uma fonte que tem acompanhado o novo momento do PSB e se diz impressionada com o ritmo do recém-emposssado presidente estadual, o ex-deputado estadual Eudoro Santana. Desde a posse, que já serviu de termômetro importante para este novo momento diante da dimensão que apresentou, as ordens internas são de acelerar as coisas para se cumprir a meta de fazer o partido chegar forte e reestruturado às eleições municipais de 2024. Aos desavisados: Eudoro está com 87 anos.
O PL do Ceará, da turma mais ligada ao ex-presidente da República, manda recado aos interessados em alianças para as próximas disputas eleitorais: defender Jair Bolsonaro é condição inegociável para ter apoio do bloco. Quanto à autorização dada pelo comando nacional do PT para coligações até com o PL, nos municípios onde isso for possível, o deputado federal André Fernandes manda avisar que fará campanha contra o correligionário local que estiver junto com petistas no palanque.
Quem tá acumulando prestígio no Palácio do Planalto é o deputado federal cearense Mauro Benevides Filho, do PDT, um dos vice-líderes do governo na Câmara. O que lhe exige alguma inteligência para se equilibrar entre a defesa da gestão Lula, que segue fazendo com algum protagonismo, e a fidelidade a Ciro Gomes - de quem foi o principal assessor econômico nas últimas campanhas presidenciais, inclusive, crítico cada vez mais ácido do governo petista.
Oposição na Câmara de Vereadores de Sobral bate forte no prefeito Ivo Gomes (PDT), pelo comportamento político que tem tido em meio a tratamento médico sério que vem sendo submetido. Mesmo tendo permanecido vários dias afastado da cidade para internação num hospital de São Paulo, onde foi submetido a cirurgia mês passado e já até recebeu alta, ele não passou o cargo para a vice, Christiane Coelho (PT), devido a uma desarmonia entre os dois. Em tempo: a cirurgia, segundo o próprio, foi um sucesso.
Ivo Gomes, na sua volta ao cotidiano administrativo, prorrogou a intervenção na Santa Casa de Sobral, que vem desde setembro de 2021. Decreto da última sexta-feira estende a medida por mais 18 meses, até março de 2025, portanto, alegando-se que ainda há muito por fazer para conseguir a normalização completa dos serviços que o equipamento público presta à comunidade local. Os interventores buscam respostas para algumas questões, dentre elas a descoberta de um empréstimo de R$ 9,4 milhões para "instituições filiais", apesar das dificuldades que enfrentava para se manter.
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