Citação a Belchior, canto de Jade e bom humor: a morte não morrida de Raimundo do Queijo
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Guilherme Gonsalves escreve sobre política cearense com foco nas atuações Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), mostrando os seus bastidores desdobramentos no jogo político e da vida do cidadão. Repórter de Política do O POVO, setorista do Poder Legislativo, comentarista e analista. Participou do programa Novos Talentos passando pelas editorias de Audiência e Distribuição e Economia, além de Política. Também escreve sobre cinema para o Vida&Arte
Um cordel, do autor Otávio Menezes, estava sendo vendido, intitulado "O engano do vereador ou a morte não morrida de Raimundo do Queijo".
Ao me achegar, a banda embalava o grande público do "point" no coração do Centro da cidade de Fortaleza na pegada do forró. A vice-governadora Jade Romero (MDB), o pré-candidato a senador Chiquinho Feitosa (Republicanos), deputados e vereadores já se faziam presentes.
De Assis Diniz (PT), responsável por divulgar a festa da "ressureição" de Raimundo, puxou uma vaia cearense enquanto o próprio Raimundo se reunia com as lideranças políticas. Cada um com o seu pedaço de queijo coalho emendou o tradicional grito de guerra: "Iêêêêêêêiiiii".
O deputado citou o famoso trecho da música "Sujeito de Sorte" do sobralense Belchior onde diz: "Ano passado eu morri, mas esse ano e não morro", para falar do "jeito moleque" e bom humor típico do cearense.
"Esse jeito moleque, essa maneira de tratar as coisas com seriedade, mas com maneira muito suave. Quando nós solicitamos que viessem todos para a ressurreição do Raimundo é porque ele é um marco da cultura, daquela geração lá dos anos 1960 que vaiou o sol, que trouxe cultura do Belchior que dizia que no ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro".
Logo na entrada, próximo a banda, estava a mesa com petistas. Além de De Assis, estavam o deputado estadual Acrísio Sena (PT) e Antônio Carlos, presidente municipal do PT. Pouco mais à frente, uma mesa com Chiquinho e por trás estava uma bancada de vereadores, inclusive Professor Toba. Até quórum para fazer uma sessão havia. Apesar das mesas, todos interagiam entre si.
Em uma mesa mais afastada do que os demais, o vereador que cometeu a gafe parecia estar à vontade. Ele dançava e cantava. Parecia mesmo se divertir. Presentes ironizaram o fato de ele estar vestido de preto. O parlamentar disse ser só coincidência.
Jade estava sentada na mesa mais ao centro e se aproximou dos petistas. De Assis apontou para mim. Olhei para trás, ele disse: "É contigo mesmo". Cheguei mais perto e ele cravou: "Olha, pode dizer que essa é a bancada do PT". Fizeram fotos apontando para a vice-governadora. Jade só brincou.
A vice-governadora inclusive soltou a voz. Ela fez dueto com o vocalista da banda que se apresentava em reinterpretação de "Tempo Perdido" do Legião Urbana. Um dos momentos mais empolgantes foi quando o público se juntou ao grupo musical para entoar Beth Carvalho.
É, o teu castigo
Brigou comigo, sem ter porquê
Eu vou festejar, vou festejar!
O teu sofrer, o teu penar
Após cerca de meia hora de trabalho feito por este colunista de plantão, que pela ocasião de estar a trabalho conseguiu falas exclusivas de políticos importantes sobre o cenário local, guardei o meu crachá no bolso, deixei o CNPJ de lado e fui com o meu CPF aproveitar um típico dia fortalezense.
Nos bate-papos descontraídos deixamos os assuntos políticos de lado, embora eu ficasse me coçando para tentar tirar algo. Mas pode ser o momento que for, o xadrez da política sempre será pauta para quem gosta.
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