Reunião com Luizianne é primeiro gesto enfático de Izolda na corrida ao Abolição
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Reunida com a deputada federal Luizianne Lins (PT) na manhã desta segunda-feira, 21, a vice-governadora Izolda Cela (PDT) esboçou seu gesto mais enfático até agora na disputa pela sucessão de Camilo Santana (PT), chefe do Executivo cujo posto ela deve ocupar a partir de abril.
O encontro é importante por várias razões, mas principalmente porque o interlocutor é Luizianne, que encabeça ala do PT que tem sustentado a tese de candidatura própria ao Governo. E, do outro lado da mesa, está uma das cotadas para concorrer ao Abolição.
Na agenda, Izolda não fala como potencial governadora do Estado, mas como pré-candidata do PDT e do bloco governista. Do contrário, não haveria razão para o encontro, de resto essencialmente eleitoral, de olho na coalização da qual o PT é peça fundamental.
Ao aceitar um tête-à-tête com Luizianne, Izolda assume protagonismo na tentativa de resolução do que hoje representa o maior ruído para um entendimento entre os dois maiores partidos da aliança.
O movimento constitui também um passo adiante da vice, que vinha se mantendo mais discreta no processo de escolha interno do PDT, mas cuja projeção foi sendo gradualmente inflada nas últimas semanas, seja pela conduta de Camilo, mais vocal em relação às qualidades da auxiliar, seja pela da própria Izolda, que se colocou mais sob holofotes.
Não custa lembrar que a conversa entre as duas mulheres se realiza ainda num momento em que a ex-prefeita de Fortaleza passou a dirigir críticas incisivas ao governador, a quem classificou como mais Ferreira Gomes do que petista, questionando os espaços que o PT ocupa na gestão Camilo – para ela, inferiores aos ocupados pela legenda no governo Cid.
O encontro cumpre, portanto, a função de apaziguamento e de conciliação, a fim de se evitar gasto com energia entre possíveis aliados no pleito que se aproxima e no qual se vislumbra um enfrentamento áspero com a oposição liderada por Capitão Wagner (Pros).
Resta saber se surtirá efeito ou se, saída da conversa, Luizianne manterá o discurso em defesa da candidatura própria do PT. Sobre isso, é difícil supor que a vice-governadora tenha condições de dissuadi-la, visto que se trata de uma querela interna da sigla em relação a qual a pedetista tem pouco ou quase nada a fazer.
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