"As pesquisas estão deixando o governador preocupado", ironiza Wagner após críticas de Camilo
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
"As pesquisas estão deixando o governador preocupado", ironiza Wagner após críticas de Camilo
"Me parece que as pesquisas internas estão deixando o governador preocupado e, por conta disso, ele está me atacando rotineiramente, coisa que não era comum", disse Capitão Wagner sobre críticas do governador Camilo Santana
Alvo de críticas do governador Camilo Santana (PT) nesta quinta-feira (10), o pré-candidato ao Governo Capitão Wagner (Pros) ironizou as falas do chefe do Executivo cearense em entrevista à coluna.
Depois de o petista afirmar que a única contribuição de Wagner para a segurança no Ceará havia sido a participação nos dois motins da PM (2011/2012 e 2020), o deputado federal respondeu: “Me parece que as pesquisas internas estão deixando o governador preocupado e, por conta disso, ele está me atacando rotineiramente, coisa que não era comum”.
“Me atacou em 2020”, continuou o parlamentar, “na época da eleição de prefeito, e agora em 2022 voltou a me atacar. E como já tinha me comprometido em algumas entrevistas ao jornal, não vou bater boca com ele nem com ninguém que venha de lá pra cá querer me puxar para esse ringue”.
Wagner avaliou que há hoje “uma preocupação do governo, que duvidava da nossa candidatura até um dia desses”, mas que vem tentando dificultar suas articulações para se fortalecer na corrida eleitoral.
Segundo ele, o bloco governista “tentou nos tomar o União Brasil, e ainda está tentando”, além de pretender “me inviabilizar como pré-candidato ao Governo”.
“Queriam que acontecesse o que aconteceu em 2018, mas não vai acontecer, não. Vai ter disputa no Ceará, se Deus me der vida até 2 de outubro. E, da minha parte, vai ser a disputa mais técnica possível”, rebateu o deputado, referindo-se ao pleito do qual Camilo saiu reeleito com quase 80% dos votos – o candidato de oposição era o tucano General Theophilo.
Em seguida, o deputado federal negou que não tenha repassado recursos para o estado ou que não tenha se empenhado em ajudar na solução de problemas na área da segurança. Ele citou então emendas que teria destinado para o Governo, ainda em 2019, mas cuja execução não teria sido feita.
“O comandante-geral da PM e o comandante dos Bombeiros foram no meu gabinete em 2019, pediram os recursos, destinei R$ 3 milhões no total. Até hoje, em 2022, não sei por que motivo, não executaram o recurso”, contou.
Wagner acrescentou: “Com R$ 3 milhões poderiam ter comprado viaturas, capacetes, equipamentos, e não foram adquiridos, acredito por eu ser oposição ao governo. Se eu soubesse que não iam aplicar, não teria destinado”.
O deputado também relatou ter apresentado propostas para a segurança diretamente aos ex-titulares da SSPDS Delci Teixeira (2015/16) e seu sucessor no cargo, André Costa (2017/20).
“O próprio jornal O POVO mostra que apresentei para ele (governador), apresentei para Delci quando era secretário e ao André Costa. Inclusive Delci elogiou, todo mundo gostou das ideias, só não fez foi colocá-las em prática”, declarou o pré-candidato, para quem “essa questão que ele (Camilo) falou, acho que os documentos respondem por mim”.
“Outra resposta”, concluiu, “são os recursos que o meu mandato destinou para a Secretaria de Segurança do governo dele”.
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