Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Em petição encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) nessa quarta-feira (24), o senador Tasso Jereissati (PSDB) alega que o presidente da federação PSDB/Cidadania no Ceará, Chiquinho Feitosa, atuou para beneficiar diretamente o ex-governador Camilo Santana (PT), que concorre a vaga no Senado.
Na peça, protocolada no tribunal e cujo objetivo é pedir a suspeição do juiz Francisco Erico Carvalho Silveira, a defesa de Tasso argumenta que Chiquinho operou “em favor dos principais e históricos adversários do PSDB no estado e no Brasil, o Partido do Trabalhadores, que tem como expressão máxima local o ex-governador Camilo Santana”.
Ainda conforme o texto, “ao fraudar o processo decisório intrapartidário, Chiquinho Feitosa buscava ao final favorecer o candidato Camilo, a quem o apoio já tornou público, prejudicando imensamente o direito e interesse do PSDB em ter candidato próprio ao Senado e coligar-se na eleição para o Governo em oposição ao Partido dos Trabalhadores”.
A petição, assinada pelos advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Antonio César Bueno Marra, do Distrito Federal, foi apresentada à presidência do TRE-CE e deve ser analisa nos próximos dias.
No último 17 de agosto, Chiquinho Feitosa foi beneficiado com medida de autoria do juiz Erico Silveira, sócio de Alcimor Rocha na banca Alcimor, Silveira, Figueredo, Sá advogados, como a coluna havia antecipado.
Essa decisão, inclusive, chegou a ser alvo de críticas do candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) e do próprio Tasso, no domingo (21).
Próximo do atual presidente da federação PSDB/Cidadania, Alcimor vinha subsidiando Chiquinho nas tratativas internas em torno da disputa pelos rumos do PSDB na corrida eleitoral para o Governo.
O advogado esteve, por exemplo, na reunião entre Chiquinho e o também empresário Amarílio Macêdo, cujo nome havia sido indicado por Tasso para concorrer ao Senado na chapa ao lado do PDT de Roberto Cláudio.
O defensor também havia estado ao lado do dirigente quando da realização da convenção partidária tucana no dia 4 de agosto, ocasião na qual a federação aprovou, por maioria dos votos dos presentes, a tese da neutralidade no pleito de 2022 para governador e senador.
O pedido de suspeição apresentado por Tasso e Amarílio ao TRE-CE tem como base supostas relações que Silveira manteria, segundo advogados do senador, com personagens do entorno de Chiquinho.
Para eles, o magistrado deveria ter se declarado suspeito para julgar ação que acabou por determinar a exclusão de PSDB/Cidadania da coligação de Roberto Cláudio.
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