Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Foto: Tatiana Fortes, em 17/5/2019
Em Fortaleza, os candidatos na disputa pelo Paço Municipal apresentaram estratégias diferentes nos primeiros dias de campanha eleitoral
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Os candidatos à Prefeitura de Fortaleza apelaram a seus padrinhos políticos logo no primeiro fim de semana de campanha eleitoral. Atual chefe do Executivo, José Sarto (PDT) recorreu ao ex-gestor Roberto Cláudio, cuja imagem, naturalmente mais positiva que a de Ciro Gomes, vem sendo explorada pelo pedetista na tentativa de assegurar um novo mandato.
Evandro Leitão (PT), por sua vez, deflagrou no sábado, 17, o processo de alquimia de votos, colando-se a Camilo Santana e Elmano de Freitas, ambos petistas. Debutante em disputas majoritárias, André Fernandes (PL) lançou mão de seu maior trunfo na largada: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que participou de motociata ao lado do postulante, o mais jovem entre os que pleiteiam o cargo.
Fora dessa estratégia, Capitão Wagner (União Brasil), veterano de corridas pelo voto, tenta abrir espaço entre esses personagens e seus respectivos fiadores. Seu maior desafio até aqui é manter o eleitorado fiel ante a investida impetuosa de Fernandes, que entrou bem no jogo pelo Paço.
Distante desse pelotão, os demais candidatos apenas seguiram o script, com mais ou menos sucesso, incluindo-se Eduardo Girão (Novo), cuja pré-campanha já não havia encantado as massas, digamos assim.
Sem parecer muito convencido de seu próprio papel de concorrente, o senador patina nas pesquisas, em parte das quais aparece atrás ou no mesmo patamar de Técio Nunes, do Psol, e emparelhado com Zé Batista, do PSTU - o que não deve corresponder às suas expectativas. Esse abismo entre os dois blocos - um formado pelos quatro candidatos mais competitivos e outro pelo restante - sugere que a briga pela sucessão de Sarto deve se definir num quadrangular, com uma dupla polarização: uma à direita e outra esquerda, com suas clivagens.
Assim, tem-se Evandro x Sarto numa ponta e, na outra, Wagner x Fernandes, com os vencedores se enfrentando numa final de campeonato. Mas, como política não é futebol, convém observar como as vulnerabilidades de cada aspirante a prefeito começam a se tornar mais evidentes a partir de agora - para seus adversários e para os fortalezenses.
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