Evandro finaliza relatório que pode complicar Sarto
Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Evandro finaliza relatório que pode complicar Sarto
Apenas na área da Saúde, por exemplo, o déficit foi de mais R$ 500 milhões, de acordo com estimativa do governo municipal
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O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), está finalizando o relatório que vai mensurar o rombo fiscal deixado pela gestão de José Sarto (PDT), conforme aliados do petista. O documento, previsto para amanhã, 31, deve subsidiar ações que responsabilizem administrativamente o antecessor no Paço. Apenas na área da Saúde, por exemplo, o déficit foi de mais R$ 500 milhões, de acordo com estimativa do governo municipal.
No âmbito político, tratou de contornar dificuldades com a oposição, pavimentando maioria fácil na Câmara dos Vereadores e incorporando egressos da base do ex-prefeito Roberto Cláudio e de Sarto entre os quadros de auxiliares, tais como Iraguassu Filho e Ésio Feitosa, ambos ex-parlamentares.
Por que Cid teria se recusado a concorrer, então? Por motivos pessoais, entre os quais certa falta de disposição para exercer um terceiro mandato à frente do Abolição, já que, ainda de acordo com Lia, as pesquisas indicavam que qualquer nome apoiado pelo grupo de Camilo e do próprio Cid teria condições de vencer ainda no primeiro turno, como de fato se viu, mas com Elmano de Freitas (PT).
Tudo isso, no entanto, deu-se quase três anos atrás, noutro contexto. A dúvida é se Cid recusaria o mesmo convite hoje, seja para disputar o Executivo cearense ou um novo mandato para senador. Por ora, o ex-governador tem declinado das duas possibilidades. Mas, como lembrou o deputado estadual e secretário Osmar Baquit em participação no "Debates do Povo", o pessebista tem de ouvir seus liderados antes de qualquer decisão.
Em seguida, argumentou a favor de uma candidatura de Cid – para o Congresso. Grosso modo, esse é o entendimento de parte considerável da base "camilista" hoje, à exceção de um ou outro integrante. Entre petistas como o secretário Júlio Brizzi (Juventude), para ficar somente no partido do chefe do Governo, a chapa dos sonhos de 2026 na briga pelo Senado é José Guimarães de um lado e Cid do outro.
Primeiro, pelo novo papel de Chagas, que incorporou de vez a missão de, entre outras tarefas, blindar Elmano, rebatendo os golpes mais frontais de oponentes, isto é, Chagas não só tem operado como formulador da comunicação palaciana, mas caído em campo para duelar com os virtuais adversários da corrida do ano que vem, ainda que o candidato não seja Wagner – que, por sua vez, vem priorizando o tópico ao qual sempre esteve estreitamente ligado.
Moral da história: não é tão somente que 2026 já começou, um truísmo do discurso político local, mas que as tarefas já estão se dividindo e os antagonistas, sendo conhecidos.
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