Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Base de Evandro patrocina maior ataque ao Plano Diretor
O recurso a uma emenda coletiva é disfarce não somente para deslocar a autoria das sugestões de alteração radical nos pontos mais sensíveis do PDP da capital cearense
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO
Prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, do PT
Dos 34 vereadores que assinam o emendão que descaracteriza o texto proposto do Plano Diretor de Fortaleza, apenas um é de oposição. Os demais integram a base do prefeito Evandro Leitão, do PT.
Trata-se de uma articulação com a digital do Paço, sem a qual os parlamentares não atuariam em sintonia, nesse ataque coordenado às bases do documento aprovado pela Conferência da Cidade.
O recurso a uma emenda coletiva é disfarce não somente para deslocar a autoria das sugestões de alteração radical nos pontos mais sensíveis do PDP da capital cearense.
É sobretudo um meio encontrado pelos vereadores governistas para amortecer o impacto negativo para a gestão Evandro caso as mudanças sejam encaminhadas e aprovadas no plenário da Câmara.
Embora o prefeito venha se esquivando de qualquer envolvimento com a tramitação do emendão, é difícil acreditar que uma movimentação desse tipo se dê sem o aval do Executivo, principalmente quando desfaz a espinha dorsal do Plano Diretor Participativo.
No final de outubro, escrevi que havia um lobby fortíssimo do setor da construção que pressionava Evandro e sua base a cortar do texto do PDP os itens que dificultavam a expansão do mercado imobiliário na cidade.
“Esse lobby”, anotei naquele dia, “deve se incorporar às emendas da base de Evandro, cujas sugestões tendem a ‘desmatar’ as partes acrescidas quando do processo de elaboração e aprovação da minuta do plano pelos conferencistas”.
Quase 20 dias depois, a estratégia desses grupos de pressão, com os quais a Prefeitura não quer se indispor, acabou por se confirmar.
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