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"Foi uma retaliação do governo que me atingiu", diz aliado de Freire exonerado por Bolsonaro
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

"Foi uma retaliação do governo que me atingiu", diz aliado de Freire exonerado por Bolsonaro

Ex-presidente do PSL em Fortaleza e aliado do deputado federal Heitor Freire, o empresário Lucas Fiuza foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Fomento ao Empreendedorismo do Ministério do Turismo
Tipo Notícia
Deputado federal Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará, à frente de Lucas Fiuza, ex-presidente do PSL em Fortaleza (Foto: Mauri Melo)  (Foto: Mauri Melo)
Foto: Mauri Melo Deputado federal Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará, à frente de Lucas Fiuza, ex-presidente do PSL em Fortaleza (Foto: Mauri Melo)

Ex- coordenador-geral de Fomento ao Empreendedorismo do Ministério do Turismo e aliado do deputado federal Heitor Freire (PSL) no Ceará, o empresário Lucas Fiuza disse que sua exoneração do cargo foi uma retaliação de Jair Bolsonaro.

“Acredito que foi uma demonstração de retaliação do governo que, infelizmente, me atingiu sem ter cometido pessoalmente nada que justificasse”, afirmou Fiuza em conversa com O POVO.

Ex-presidente do PSL em Fortaleza, ele anunciou sua saída do comando da sigla na manhã de hoje. Fiuza ocupou a função após Freire destituir o desafeto André Fernandes, deputado estadual pelo PSL e antecessor no posto.

Na quinta-feira, 17, trecho de conversa entre Bolsonaro e Freire foi tornado público. Nele, o presidente revela estratégia para apear Delegado Waldir (PSL-GO) da liderança do partido na Câmara dos Deputados, manobra que só teve sucesso nesta segunda-feira, 21, quando uma lista com 28 nomes foi apresentada por bolsonaristas defendendo o filho do presidente para o lugar de Waldir.

Para o Planalto, Heitor Freire foi o responsável pela gravação e vazamento da conversa com Bolsonaro. Carla Zambelli, deputada federal pesselista, acusou o cearense, que também apareceu numa lista de parlamentares “queimados” com a ala mais ligada ao presidente.

Um dia depois do vazamento, a exoneração de Lucas Fiuza foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Ele havia sido nomeado em 12 de agosto.

Questionado sobre a baixa, Fiuza afirmou que “estava realizando um trabalho estritamente técnico” e que, “na semana da polêmica (gravação de áudio) estava com o ministro (do Turismo) num fórum global em Macau tratando com investidores de grande porte para o Brasil”. Perguntado se pretendia continuar no cargo, respondeu: “Ainda tinha muito a contribuir”.

Sobre o pedido para deixar a presidência do PSL na Capital, Fiuza apontou que não estava satisfeito com os rumos da legenda. “Não fiquei confortável com a conduta do partido em relação ao presidente. Não se pode atribuir a gravação ao partido, mas a pessoas”, respondeu.

De acordo com ele, o que pesou para sua decisão foi “a maneira com que o partido conduziu a relação com Bolsonaro” e que, depois disso, “ficou uma situação desconfortável”.

Aliado de Freire, Fiuza assegura que deixou o diretório provisório do PSL sem atritos. “Não tive desgaste nem conflito. Eu simplesmente me afastei dessa posição”, afirma.

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