Permanência de Fiuza no Governo foi pedido pessoal do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Permanência de Fiuza no Governo foi pedido pessoal do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio
Lucas Fiuza reassume função no Ministério do Turismo menos de uma semana depois de ter sido exonerado. Retorno foi pedido do ministro Marcelo Álvaro Antônio após crise que se seguiu à divulgação de áudio com Bolsonaro
Foto: Mauri Melo
Deputado federal Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará, à frente de Lucas Fiuza, ex-presidente do PSL em Fortaleza (Foto: Mauri Melo)
Exonerado na última quinta-feira, 17, Lucas Fiuza foi recontratado menos de uma semana depois para voltar a ocupar o cargo de coordenador-geral de Fomento ao Empreendedorismo e Atração de Investimentos, do Ministério do Turismo.
A coluna apurou que a permanência do empresário cearense entre os quadros da gestão Bolsonaro foi um pedido pessoal do próprio ministro, Marcelo Álvaro Antonio.
Dentro da pasta, Fiuza é bem avaliado, considerado técnico em ascensão que tem assumido protagonismo, segundo um interlocutor do ministro. De acordo com essa fonte, a sua saída se deveu a “questões pessoais e internas do partido”, sem especificar quais. A fonte continua: “Não foi problema aqui dentro (do ministério)”.
Em conversa com O POVO nesta quarta-feira, 23, Fiuza reafirmou que continua “no cargo por competência” e que sua recondução “apenas mostra que o governo priorizou o critério técnico acima do político, dado que eu não tenho nada a ver com a situação do PSL nacional e sou alinhado com Bolsonaro”.
Questionado sobre a estranheza que a situação causava, com idas e vindas em torno do seu nome, ele contou que, “quando a exoneração ocorreu, tanto eu como o ministro estávamos fora e só ele podia esclarecer que tenho competência e que está satisfeito com o trabalho”.
Pela declaração do cearense, sua demissão não teria partido do ministro, com quem tem ótima relação, mas vindo de fora, de dentro do PSL.
Ex-presidente do partido de Bolsonaro em Fortaleza, Fiuza viajava com Álvaro Antonio para um fórum global em Macau na semana passada quando explodiu a crise interna da legenda e veio à tona gravação de conversa entre o presidente e o deputado federal Heitor Freire, dirigente estadual do PSL, suspeito de ter vazado o diálogo no qual Bolsonaro expõe plano de destituir Delegado Waldir (GO) da liderança da sigla na Câmara, substituindo-o por Eduardo Bolsonaro.
Ligado a Heitor, Fiuza chegou ao posto no ministério em 12 de agosto por indicação do deputado. Na última segunda-feira, 21, além de deixar a vaga, ele renunciou ao comando do PSL na Capital. Sobre o assunto, afirmou ao O POVO que “não tinha ficado confortável com a conduta do partido em relação ao presidente”.
Fiuza também respondeu que seu afastamento era uma “demonstração de retaliação do governo que, infelizmente, me atingiu sem ter cometido pessoalmente nada que justificasse”. Mas garantiu: “Continuo 100% alinhado com Bolsonaro”. Não mencionou Heitor Freire.
Diante do mistério em torno da exoneração e recontratação do aliado num intervalo de poucos dias, a coluna procurou ontem o deputado federal e lhe fez as seguintes perguntas: a demissão de Fiuza foi mesmo determinada pela gestão Bolsonaro? Ou foi um pedido do próprio parlamentar?
Durante toda essa terça-feira, a assessoria de Freire respondeu que não havia conseguido contato com ele. Na manhã desta quarta, a questão foi mais uma vez enviada por mensagem: Fiuza foi demitido por decisão de Heitor Freire após alguma divergência interna?
No início desta tarde, o parlamentar negou que tenha pedido a exoneração. “Foi uma retaliação do Governo aos deputados, mas repensaram e reaveriam todos os cargos no Brasil”, declarou, via assessoria.
De todos os indicados de Freire em cargos federais, como Ibama e Incra, além de outros de segundo e terceiro escalões, apenas Fiuza, um coordenador de órgão vinculado ao Ministério do Turismo, foi atingido por essa suposta retaliação.
Perguntado se pensa em retornar à presidência do PSL em Fortaleza, Fiuza descartou essa hipótese.
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