
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
Jornalista e bacharel em Comunicação Social e Direito
O ex-governador e atual ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou, recentemente, em Barbalha, a liberação de R$ 69,8 milhões para construção e implantação de um campus da Universidade Federal do Cariri (UFCA) a partir da instalação de mais de uma dezena de cursos superiores nos próximos três anos.
Já frisamos neste espaço, em artigo anterior, que desde a redemocratização brasileira, a partir da Constituição Cidadã de 1988, os sucessivos governos estaduais têm priorizados as regiões Norte (Sobral) e o Cariri cearense (Crato, Juazeiro e Barbalha) como receptáculo de investimentos vultosos, tornando-se, portanto, dois polos de desenvolvimento do interior.
A cidade de Iguatu é polo da região Centro-Sul do Ceará e nas últimas quatro décadas, com raras exceções, tem ficado à margem de investimentos do governo estadual. Na verdade, a região como um todo, que integra a macrorregião do Cariri, isto é, o Sul cearense.
De acordo com o Ministério da Educação, o novo campus será vinculado à Faculdade de Medicina e vai ofertar inicialmente três cursos (em fase de regulamentação) - Psicologia, Farmácia e Terapia Ocupacional.
Ainda segundo a pasta, mais 11 cursos serão integrados no decorrer dos próximos três, quatro anos, na área de saúde: gestão hospitalar; fonoaudiologia; fisioterapia; educação física; biomedicina; nutrição; enfermagem; engenharia biomédica; tecnólogo em histotecnologia; e tecnólogo em vigilância em saúde.
Aqui cabe a indagação: por que não ocorrer a descentralização desses cursos a partir da implantação de um segundo campus na região Centro-Sul cearense? Fica, dessa forma, a sugestão, por entendermos que cabe à Universidade Federal do Cariri expandir a oferta de cursos além do perímetro Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha), como é conhecida junção dessas três cidades em uma verdadeira área conurbada.
Para reforçar os nossos argumentos lembramos que no final do seu governo, Camilo Santana autorizou ampliação de cursos da Universidade Estadual do Ceará (Uece) no interior, mas esqueceu de Iguatu, onde há 40 anos funciona a Faculdade de Educação, Ciências e Letras (Fecli), unidade da Uece, que não recebeu nada.
A educação tem papel fundamental no desenvolvimento regional. A história nos aponta como bons exemplos as mesmas cidades aqui já referidas: Sobral, Crato e Juazeiro do Norte. Daí a importância de outras regiões serem atendidas, rompendo com uma postura antiga centralizadora.
É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.