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Ser cozinheiro: Amor, fogo e frigideira
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Formado em Gastronomia pelo Centro Universitário Senac São Paulo (2009); Prochef pelo The Culinary Institute of America (2013). Pesquisador da gastronomia cearense é Autor do

Ivan Prado gastronomia

Ser cozinheiro: Amor, fogo e frigideira

Tipo Opinião
Churrasquinho so Boteco (Foto: Tatiana Fortes em 26.05.2016/ O Povo )
Foto: Tatiana Fortes em 26.05.2016/ O Povo Churrasquinho so Boteco

Ser cozinheiro nunca foi uma meta na minha vida. Na realidade, nem sabia o que era um chef de cozinha. Apenas gostava de ajudar a minha mãe e minha avó a fazer os quitutes das festas de aniversário da família, mal sabia eu que essa brincadeira era o começo.

No início enrolava brigadeiro, sempre enrolando um e comendo dois (rsss). Depois fui promovido a fazer o brigadeiro, e confesso que era mais divertido e gostoso quando eu apenas enrolava. Assim eu fui crescendo em meio às panelas, aprendendo a brincar de cozinhar, dando os primeiros passos no mundo da cozinha. Mas, quando a "brincadeira" vira de gente grande, o negócio é diferente. Eu não tinha nem ideia do que me aguardava em uma cozinha profissional.

Então, chega a adolescência, hora de decidir a vida! Sempre tive vergonha de dizer aos meus amigos que eu sabia cozinhar. Daí minha mãe disse uma frase que marcou a minha vida:

"Você cozinha tão bem, porque não vai fazer um curso e cozinhar pelo resto da vida!?". E fui!

E assim, entrei pela primeira vez em uma cozinha profissional. Me lembro de cada detalhe, do cheiro, dos sabores e dos ingredientes que nunca tinha visto... Paixão à primeira salteada. Mas nem tudo na vida é esse mar de rosas, nem a cozinha. Aquele prato delícia e todo montadinho que chega à mesa, passou por um processo bem mais complexo. Ter um cliente com fome na sua frente faz toda diferença, e a correria e adrenalina, cinco minutos pra cozinha não é nada, mas para um cliente é uma eternidade.

Leia também | Confira mais dicas do chef Ivan Prado na coluna Gastronomia em Foco

Entre gritos de "marcha!" e "Sai!", em uma balé de falas e entregas, cortes e queimaduras se forja um cozinheiro.  Não acredito em uma entrega sem esforço. Cozinhar é um ato de amor, materializado em algo comestível. E se esse é o seu trabalho, se cozinhar é a sua escolha de trabalho diário, cuida que é pressão.

É aprender com quem você nunca imaginaria que poderia te ensinar: quem conhece de peixe é pescador e não você!

Ser chef é um status, o chef é um cozinheiro que com sua experiência pode ter a oportunidade de cuidar de uma cozinha, criando, orientando, aprendendo e ensinando, e sempre sempre cozinhando e servindo pessoas que amam comer.

Quer ser um cozinheiro? Estude para apreender o seu oficio, vá até o campo para conhecer os insumos e o principal: cozinhe, cozinhe e cozinhe, pois a perfeição só pode ser alcançada com a repetição. E o principal: nunca esqueça que você não faz nada só, a equipe é maior do que um chef! Assim, siga transformando o que Deus lhe deu, pois o papel fundamental de um cozinheiro é enaltecer o ingrediente, então vamos valorizar essa dádiva.

Foto do Ivan Prado

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