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Cuidados extras com animais durante as ondas de calor; veja dicas
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Jéssica Castelo Branco é médica veterinária formada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Fez residência multiprofissional com ênfase em reprodução animal pela mesma Instituição. Atualmente, dedica-se a clínica médica de pequenos animais e é professora de curso técnico profissionalizante para auxiliares de veterinários

Cuidados extras com animais durante as ondas de calor; veja dicas

Ao contrário dos humanos, os pets não suam, o que aumenta o risco de quadros de hipertemias. Existem ainda raças de cães e gatos que são mais vulneráveis a quadros de extremo calor
Cães braquicefálicos, como os da raçã pug, são mais vulneráveis aos efeitos do calor (Foto: Tatiana Fortes, em 30/8/2018)
Foto: Tatiana Fortes, em 30/8/2018 Cães braquicefálicos, como os da raçã pug, são mais vulneráveis aos efeitos do calor

“Que calor!”. Antes mesmo do início do verão, alguns estados do País já bateram temperaturas tão elevadas que a sensação térmica chegou próximo aos 60°C. Ar-condicionado, ventilador, muita sombra e banhos ao longo do dia. Essas têm sido as estratégias para afastar o calor. E quanto ao seu pet? Quais as formas para melhorar os efeitos do calor para cães e gatos?

Diferentemente de nós, os pets não possuem glândulas sudoríparas, que permitem a perda de calor por meio do suor. O equilíbrio da temperatura corporal e, consequentemente, a dissipação do calor se dá, em grande parte, pela respiração. Por isso é tão comum percebemos que eles ficam mais ofegantes após exercícios físicos e também em dias mais quentes.

Em situações extremas, quando a dissipação de calor por meio da respiração não é o suficiente, a temperatura corporal deles pode subir tanto a ponto de o pet ter o que chamamos de hipertemia. Esse é um quadro grave e que precisa de atendimento médico veterinário emergencial, pois coloca a vida do animal em risco. E se ele é de uma raça que possui o focinho mais curto como cães pug, bulldog, shih-tzu e gato persa, o risco aumenta ainda mais, pois a eficiência respiratória deles, muitas vezes, é reduzida devido a essa particularidade anatômica.

Então, agora, mais do que nunca, devemos tomar alguns cuidados para ajudar os nossos pets a equilibrar sua temperatura.

Mantê-los em um ambiente ventilado e com a oferta constante de água fresca é fundamental para o bem estar nos dias quentes e os horários dos passeios também fazem toda diferença. Evite os horários mais quentes, preferindo o começo da manhã, finais de tarde e à noite e jamais deixe seu pet dentro do carro sozinho.

Outro ponto importante em relação aos passeios é a percepção da temperatura do asfalto. Lembre-se de que seu pet não usa sapatos e quando o chão está muito quente, pode causar queimadura nos coxins (as famosas "almofadinhas").

Falando em queimaduras, quando expostos por muito tempo aos raios solares intensos, os pets também podem ter queimaduras na pele. Para evitar que isso aconteça, sobretudo naqueles dias em que vocês forem curtir uma praia ou piscina juntos, passe protetor solar nele também. Hoje, é possível encontrar diferentes produtos veterinários com a função de protege-los dos raios solares. Nada de usar protetor solar de humanos no seu bichinho de estimação, hein?!

Os banhos também são bem-vindos para ajudar a combater as altas sensações térmicas, mas lembre-se de avaliar se seu pet gosta de banhos, por que o estresse pode, na verdade, piorar a situação. Se você for tutor de gato, a regra do banho não é mesma. Volte uma casa e leia a nossa última coluna que explica por que banho e gato não combinam — e o assunto é tão rico, que voltaremos a ele na próxima semana. Quanto à tosa, ela também pode ajudar a refrescar mais o seu pet que tem um baita casaco natural.

Petiscos congelados, você já pensou nisso? Um belo picolé ou cubinhos de gelo sabor caldinho de sachê, um patêzinho congelado dentro do brinquedo, podem ser ótimas alternativas para refrescar o seu amigo e ainda contribuir para a ingestão hídrica, que é tão importante pra saúde.

E pra fechar as nossas dicas, é preciso ainda ficarmos atentos para questões que não são tão obvias nesses dias de calor, como a maior infestação de pulgas, carrapatos e mosquitos no ambiente. Esses ectoparasitas e vetores transmissores de doenças se reproduzem com maior facilidade nos climas mais quentes. Por isso, é fundamental que seu animalzinho esteja em dia com todos os preventivos.

Procure seu médico veterinário de confiança para estes e mais esclarecimentos, não dê bobeira! E lembre-se, muita “sombra e água fresca” para nós e para nossos pets!

Dicas

- Busque ambientes ventilados

- Mantenha sempre oferta de água fresca

- Mude os passeios para horas de clima mais ameno (início da manhã, fim da tarde ou durante a noite)

- Cuidado com o asfalto quente

- Avalie o uso de protetor solar adequado para pets

- Se o animal não se estressa com banhos, aumente a frequência

- Petiscos congelados são opção refrescante

- Cuidado extra com parasitas

- Em caso de alterações, procure um veterinário

Foto do Jéssica Castelo Branco

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