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É tudo IPA… Mas nem toda IPA é igual
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Publicitário, especialista em Marketing , Mestre em Administração e Sommelier de cerveja. Desde 2013, atua na área de treinamento, consultoria e educação cervejeira, sendo pioneiro em Fortaleza. Foi professor da disciplina de cultura cervejeira na pós-graduação de gastronomia da Fanor, e é um dos idealizadores e professor do curso de Beer Sommelier do Senac/CE. É colunista de cervejas do O POVO s Sommelier de cervejas do quadro

João Filho gastronomia

É tudo IPA… Mas nem toda IPA é igual

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Foto: credito legenda

Você já deve ter ouvido a piada: "no fim, tudo é IPA". E de certo modo, faz sentido. A India Pale Ale, estilo criado na Inglaterra no século XVIII, foi se transformando com o tempo, os ingredientes e os gostos locais — até se tornar o que é hoje: uma família inteira de cervejas, com estilos que vão do amargor resinoso ao frutado tropical, do corpo alcoólico à leveza extrema.

A IPA original nasceu para suportar as longas viagens do Reino Unido até a Índia. Mais lúpulo e mais álcool ajudavam a conservar a cerveja. Seu perfil era amargo, herbal e com toques terrosos — graças aos lúpulos ingleses.

Nos EUA, o estilo ganhou vida nova. A American IPA apostou em lúpulos cítricos e pinho, com aroma mais intenso e menos malte. A partir daí, surgiram as variações:

Double ou Imperial IPA -
Mais álcool (acima de 7,5%) e mais lúpulo, com corpo e dulçor equilibrando o amargor.

Session IPA -
Mais leve, com teor alcoólico reduzido e drinkability alta, mas mantendo o aroma
do lúpulo.

New England IPA (NEIPA) - Nascida no Vermont (EUA), é turva, aveludada e explosiva em aromas frutados.
Baixo amargor.

West Coast IPA - Secas, claras e com amargor direto. Marcam presença com lúpulos resinosos e cítricos.

Belgian IPA - Mistura a base lupulada com o perfil esterificado e condimentado das leveduras belgas. É seca, intensa e complexa.

Black IPA - Escura como uma stout, mas com alma de IPA. Combina maltes torrados com amargor e aroma lupulado, criando uma fusão entre café, chocolate
e cítricos.

E existe uma IPA tipicamente brasileira? Ainda não há um estilo oficial, mas há sinais do que ela poderia ser: frutas nativas (cacau,cajá, jabuticaba, cupuaçu), lúpulos cultivados localmente e, quem sabe, um toque de madeira brasileira ou especiarias como cumaru. Uma IPA com alma tropical e criatividade de sobra.

A graça da IPA está justamente aí: é tudo IPA, sim — mas cada uma guarda uma surpresa no copo.

 

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