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Primeiro olho, depois boca: o poder do rótulo
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Publicitário, especialista em Marketing , Mestre em Administração e Sommelier de cerveja. Desde 2013, atua na área de treinamento, consultoria e educação cervejeira, sendo pioneiro em Fortaleza. Foi professor da disciplina de cultura cervejeira na pós-graduação de gastronomia da Fanor, e é um dos idealizadores e professor do curso de Beer Sommelier do Senac/CE. É colunista de cervejas do O POVO s Sommelier de cervejas do quadro

João Filho gastronomia

Primeiro olho, depois boca: o poder do rótulo

Tipo Opinião
Cerveja Coffee & Pancake Brunch Stout (Foto: Cervejaria Turatti/Divulgação)
Foto: Cervejaria Turatti/Divulgação Cerveja Coffee & Pancake Brunch Stout

Sempre que vou comprar cervejas artesanais, me deparo com um mar de opções. São centenas de rótulos disputando minha atenção, cada um tentando se diferenciar em meio à multidão colorida das prateleiras ou sites. Já me perguntei muitas vezes: além do sabor, o que faz eu escolher uma cerveja e não outra?

Recentemente, li um estudo realizado pela Quad, nos Estados Unidos, que confirmou algo que sempre senti na prática: o rótulo e a identidade visual são determinantes na hora da escolha.

A pesquisa mostrou que 84% dos consumidores entram em uma loja sem ter em mente qual cerveja comprar. Ou seja, a decisão acontece ali, naquele instante, e os sinais visuais são os grandes guias.

Não basta ter uma receita incrível ou um preço competitivo se a embalagem não se comunica. O design da lata ou da garrafa aparece logo atrás do sabor e do preço como fator de decisão.

Mais de 70% dos participantes disseram que a aparência da cerveja os tornava mais propensos a levá-la para casa. E eu me incluo nesse grupo — muitas vezes já me vi escolhendo um rótulo pelo impacto visual, pela criatividade ou simplesmente pela conexão emocional que ele despertou.

Outro ponto interessante observado no estudo foi a importância da nomenclatura. Nomes descritivos ou temáticos, como "Cacau IPA" ou "Coffe & Pancake Brunch Stout", atraíram mais olhares justamente por ajudarem o consumidor a imaginar o que estava comprando.

A lição é clara: em um mercado tão competitivo como o da cerveja artesanal, o rótulo não é detalhe — é protagonista. Ele é o primeiro contato, a ponte entre a curiosidade e a compra.

Num cenário em que os custos crescem e o consumo é cada vez mais seletivo, destacar-se visualmente pode ser o diferencial entre permanecer esquecido na prateleira ou conquistar um novo admirador.

No fim das contas, antes de provar, a gente bebe mesmo é com os olhos.

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