Editor de Política do O POVO, escreve sobre Política Internacional. Já foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO
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A partir desta terça-feira, 1º de outubro, Claudia Sheinbaum passará a ser a primeira mulher na história a presidir o México. Eleita em junho com quase 60% dos votos e com perfil mais pragmático, ela sucede o aliado Andrés Manuel López Obrador (AMLO) que deixa o governo com altos índices de popularidade. Mas herda também grandes problemas e desafios a serem resolvidos no curto prazo.
O maior deles, sem dúvida, é a violência em um país que tem mais de 30 mil homicídios por ano e marcado pela disputa entre cartéis – sobretudo na região de Sinaloa – pelo controle do tráfico de drogas, dos roubos de carga e do tráfico de pessoas. Além disso, a primeira presidente mulher do México precisará encontrar meios de reduzir os altos índices de feminicídios no país, com quase 10 mulheres ou meninas sendo assassinadas por dia.
O contexto da posse de Sheinbaum se dá também no da aprovação de uma controversa reforma do sistema Judiciário mexicano, que inclui a eleição para juízes, aprovada no apagar das luzes do governo de AMLO.
Para se ter uma dimensão potencial do problema: Imagine um país hipotético onde uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas controle um determinado território, a ponto de conseguir interferir em quem as pessoas votam ou deixam de votar. Agora tente projetar quem seriam os possíveis magistrados eleitos nessa área e aos interesses de quem eles poderiam atender.
Quanto à relação com os EUA, Sheinbaum está dependente dos resultados das eleições de 5 de novembro no vizinho do norte. Embora Kamala Harris tenha sido criticada por sua conduta na questão da migração durante o governo Biden, a tendência é de que haja um diálogo mais fluido entre ambas em caso de vitória da democrata.
Diferente do cenário no qual o vencedor seja Donald Trump, cujas promessas de política migratória, como a expulsão dos EUA de trabalhadores com situação irregular, podem se transformar em mais um grande problema para Claudia Sheinbaum.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou ontem ao México para participar da posse de Claudia Sheinbaum. Quem não estará lá é o rei da Espanha Filipe VI. O monarca é uma espécie de “arroz de festa” em cerimônias do tipo na América hispânica, estando presente em praticamente todas as posses presidenciais em países da região que fizeram parte do império colonial.
Ao justificar a ausência, Sheinbaum criticou Filipe VI pelo fato da Coroa espanhola “nunca reconhecer publicamente os prejuízos causados durante o período colonial”, provocando uma crise diplomática entre os dois países antes mesmo da posse. Em protesto, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, este sim convidado, boicotou no México, maior país de língua hispânica do mundo.
Israel escalou mais dois degraus rumo a uma guerra de maior proporção. A morte de Hassan Nasrallah no último fim de semana e a incursão por terra no Líbano ontem escalonam uma tensão já incontornável. E uma nova crise humanitária, por consequência.
O Hezbollah perdeu aquele que era seu líder há mais de três décadas e teve seu sistema de comunicações comprometido após o ataque dos pagers. Ainda assim, é inocência pensar que o grupo xiita libanês aceite um acordo nos termos de Israel.
Na prática, Israel tenta atrair o Irã, principal financiador do Hezbollah, para uma guerra. Mas Teerã é, até agora, o ator que mais tem agido com cautela, medindo o tamanho de cada resposta. A principal pergunta é até quando?
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