Fortaleza - Uma personagem determinante para o sucesso da operação de controle da Notre Dame por Hapvida é o executivo Geraldo Luciano Mattos Junior. Na qualidade de conselheiro e presidente do comitê de fusões e aquisições, ele participou de todo o processo de negociação e discussão de todos os termos da transação em todas as etapas.

Diretores e conselheiros da Hapvida (a operadora é chamada pelo gênero masculino, mas a holding pelo feminino) passaram boa parte do tempo respondendo mensagens de parabéns. Como optaram por um fato relevante bem detalhado e explicativo, o mercado até brincou chamando de "livro relevante". Não ficaram praticamente pontos objetivos sem serem explicados.

O trabalho foi exaustivo. Foram aproximadamente 90 dias de esforço.

Ao Blog, Geraldo disse que a operação tem valor ainda maior para a Hapvida por se tratarem de empresas com modelos de negócios semelhantes em geografias diferentes. "Tornou-se algo extremamente sinérgico, o que foi chancelado pelo mercado com valorizações expressivas nas ações das duas companhias".

Segundo Geraldo, acionistas controladores da Hapvida entenderam desde o primeiro momento que o mercado de capitais era um caminho muito viável para o crescimento e apostaram no fortalecimento da governança para alcançar os resultados. "A empresa se tornou a consolidadora do sistema de saúde no Brasil e tornou-se uma gigante no mercado".

Em tempo: Geraldo foi o primeiro conselheiro independente de Hapvida, quando do início do processo de governança, no final de 2015. O segundo conselheiro independente que veio se juntar ao grupo foi o atual secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Ceará, o ex-vice-governador Maia Júnior. "Foi o Maia Jr que também ajudou muito nas discussões e implementação de temas de governança", destaca Geraldo.

"Eles vivem agora o auge de sua maturidade e dão passo significativo para dominar um mercado do tamanho do Brasil. Fiquei muito feliz. Primeiro por ter contribuído e segundo por ser uma empresa cearense", disse Maia ao Blog nesta noite de domingo. Ele contraiu o coronavírus e se recupera isolado no Litoral Oeste.

O Conselho hoje é formado por sete membros. Quatro são externos.

Quando desistiu de disputar a Prefeitura de Fortaleza, no ano passado, como filiado ao Partido Novo, Geraldo viu a empresa da qual foi vice-presidente -  M. Dias Branco -  ser escolhida como estudo de caso da B3 para o segundo e-book lançado pela bolsa de valores brasileira. Foi Geraldo foi quem conduziu o IPO (Initial Public Offering) na antiga Bovespa (hoje B3), em 2006.

Em janeiro passado, na reorganização societária da Companhia Brasileira de Distribuição (GPA) e sua subsidiária Sendas Distribuidora, Geraldo assumiu como membro independente do Conselho de Administração de Sendas, controladora da rede Assaí.

Além dele, Jean-Charles Henri Naouri (então controlador e presidente da rede varejista francesa Casino que travou briga ferrenha com Abílio Diniz), Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira (ex-presidente da Oi) e Luiz Nelson Guedes de Carvalho (ex-diretor do Banco Central). Relembre clicando aqui.