.

Camilo Santana (PT) poderia deixar o Governo do Ceará amanhã apenas tendo cumprido, de maneira disciplinada, o papel que lhe foi concedido pelo Grupo político ao qual pertence. Aliás, um grupo não-petista e até hostil ao seu partido. Estaria deste modo honrando a confiança e ao mesmo tempo mantendo a fidelidade petista. Contudo, Camilo ficou maior. Sai do Palácio da Abolição com uma eleição tranquila para o Senado e com horizonte nacional aberto.

Havendo vitória de Lula, decerto não seria um senador do baixo clero. Teria imensas possibilidades de ocupar um ministério importante. Caso Bolsonaro seja reeleito, tem capital para se tornar uma voz relevante na oposição. Caso tudo vire de uma hora para outra, é um nome do PT para o Planalto já este ano ou, pelo menos, em 2026 - apesar dos petistas de São Paulo. Em todos os cenários, com vida própria, descolado da Zona Norte do Ceará, ele que é do Sul.

A explicação para os saltos assim vem da gestão - mesmo com senões. Mal comparando, Camilo segue uma trilha semelhante a de outro ex-governador, o ainda senador Tasso Jereissati (PSDB). Foi no ajuste fiscal e nos avanços na saúde e educação que o Grupo do CIC reinou por quatro governos. Pois bem. As campanhas eleitorais têm dia para perder o efeito, é a data da posse. Com a caneta na mão e interesses diversos à porta, governar implica agradar e causar desagrados.

Com uma pandemia de dois anos até aqui e criminalidade a campear em todo o País - sem estratégia por parte do Planalto - Camilo tocou o Governo com as contas equilibradas, investimentos públicos e atração de dinheiro privado. O hub aéreo e a sociedade com o holandês Porto de Roterdã foram trunfos.

Teve a disposição de começar a mexer no time na metade do primeiro mandato, quando o destino era uma nota média e uma reeleição árdua. Tomou decisões cujos efeitos são de Estado, não de uma gestão, como a reforma da previdência. Foi tímido no que poderia ter sido uma reforma administrativa ousada, assim como não quis mudar de maneira mais severa o modelo da gestão na saúde. Sem elevar a voz, trafegou entre bolsonaristas e militantes do MST. Enfrentou e dobrou um motim de PMs armados sem apoio firme de Brasília e sem subir em trator. Conseguiu uma marca. Foi um exímio praticante do soft power, um jeito de governar em falta no País.

2022

Arco prevê receita 46% maior

A Arco Educação anuncia seu ACV (valor anual dos contratos) para 2022 de R$ 1.56 bilhão. Na comparação com 2021, crescimento de 46%. Destes, 32% são crescimento orgânico. Ari de Sá Neto, CEO e fundador da Arco, se declara entusiasmado com as perspectivas para este ano, ao tempo em que as escolas voltaram às aulas presenciais.

O resultado do 4º trimestre de 2021 e ano fiscal 2021 aponta para receita líquida de R$ 460,8 milhões no trimestre, um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, e de R$ 1,2 bilhão em 2021, 23% maior em relação a 2020.

A GREVE E O PIX

Pix torna Bacen popular

E eis que o Banco Central (Bacen) se tornou um banco popular, a ponto de as pessoas comuns - leiam-se aqueles que não operam com mesas de câmbio, não leem o boletim Focus e tampouco sabem dos estudos e análises para controle da inflação e para a próxima reunião do Copom - estarem preocupadas com a greve marcada para começar hoje. O que chama a atenção das pessoas comuns é o risco para o Pix, o engenhoso sistema de pagamentos instantâneo criado e lançado pelo Bacen. Existe o temor de que o sistema seja afetado. O Sindicato dos servidores garante que novas chaves poderão ser cadastradas, mas reconhece que o monitoramento será afetado. A propósito, o Pix só desagradou aos bancos. E muito. Alguém lembra do último DOC ou TED feitos? Aqueles serviços cobrado sem cerimônia? Pois é. Com o Pix, tudo grátis, sem limite mínimo para uso. E ante a greve iminente, o presidente do Banco saiu de mini-férias. Isso mesmo. Roberto Campos Neto assinou portaria pela qual dá um tempo da cadeira desde ontem e só volta em 4 de abril, na segunda-feira. Os funcionários do Bacen querem reajuste salarial de 26,6%.

Horizontais

Ranking - A Brisanet ficou em primeiro em todos os estados onde atua e teve as maiores notas do País todo na Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida da Anatel. No Ceará, empatou com a MOB Telecom.

O POVO no Rádio - De segunda a sábado tem O POVO no Rádio na O POVO CBN 95.5 FM, a partir das 9 horas.