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MPF investiga impacto das bets no Ceará
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

MPF investiga impacto das bets no Ceará

As mulheres tendem a usar mais o dinheiro de benefícios sociais para apostar do que os homens, afirmou o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Felipe Tavares, em entrevista à rádio O POVO CBN
Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets (empresas de apostas eletrônicas) via Pix em agosto

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para investigar as consequências danosas às pessoas vulneráveis social e economicamente em razão do uso de plataformas de apostas online no Ceará. As investigações poderão apontar quais medidas deverão ser adotadas, em âmbito judicial ou extrajudicial, para um melhor controle da atividade e proteção desse público.

O procurador da República Alessander Sales, responsável pelo caso, cita estudos recentes a mostrar que pessoas vulneráveis social e economicamente estão comprometendo seu orçamento familiar pelo uso excessivo das plataformas.

Levantamento feito pelo Banco Central aponta que os brasileiros gastam cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024. Já a pesquisa feita pela empresa fintech Klavir revelou que 30% dos brasileiros com contas em banco já buscaram empréstimos, nos últimos 12 meses, para financiar apostas em 'bets'.

As mulheres tendem a usar mais o dinheiro de benefícios sociais para apostar do que os homens, afirmou o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Felipe Tavares, em entrevista à rádio O POVO CBN. A CNC ajuizou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a inconstitucionalização da lei que regulamenta as as apostas esportivas, chamadas de bets.

Felipe disse também que as pessoas das classes sociais C, D e E são responsáveis pela maior parte da renda de empresas de apostas online. "Todas as classes são impactadas, mas a que está alocando maior parcela da renda são C, D e E. O público mais intensivo nessas apostas está sendo o público feminino dessas classes com menor renda".

A base aliada de Lula (PT) agora questiona, com projetos no Legislativo, as regras da legalização das bets, mas votou a favor do projeto de lei que definiu as regras atuais para as apostas online, no ano passado. O presidente Lula deverá anunciar pacote sobre o tema na próxima semana.

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