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STM mantém condenação de capitão que atuou como médico por 10 anos sem diploma
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

STM mantém condenação de capitão que atuou como médico por 10 anos sem diploma

Um laudo pericial anexado ao processo apontou que, até dezembro de 2016, o réu recebeu cerca de R$ 1,58 milhão em remunerações indevidas, além de gerar prejuízo superior a R$ 316 mil à União com sua formação técnica, valores atualizados até 2020
Tipo Notícia
O STM é presidido pela ministra Maria Elizabeth Rocha e o julgamento marcou a estreia da ministra Verônica Abdalla Sterman (à direta, ao computador, na foto). Ela propôs pena menor do que a sugerida pelo relator (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO O STM é presidido pela ministra Maria Elizabeth Rocha e o julgamento marcou a estreia da ministra Verônica Abdalla Sterman (à direta, ao computador, na foto). Ela propôs pena menor do que a sugerida pelo relator

O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu, por maioria, manter a condenação de um capitão do Exército a seis anos de reclusão, em regime semiaberto, pelo crime de estelionato. O militar exerceu ilegalmente a medicina por mais de uma década. Usava registro profissional de terceiros sem jamais ter concluído o curso de graduação.

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O capitão 171 (no Código Penal Militar, estelionato na verdade é artigo 251) havia iniciado o curso de Medicina em 1995, mas teve a matrícula cancelada por pela pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2009, por abandono. Ele não concluiu e tampouco transferiu-se. O oficial ingressou no Exército em 2004 como aspirante a oficial médico temporário, utilizando documentos falsos.

Entre 2005 e 2019, atuou em hospitais militares do Rio de Janeiro e de São Paulo, chegando a exercer atividades de perícia médica, chefiar setores hospitalares e até cursar pós-graduação lato sensu em Radiologia, sempre se passando por médico.

Um laudo pericial anexado ao processo apontou que, até dezembro de 2016, o réu recebeu cerca de R$ 1,58 milhão em remunerações indevidas, além de gerar prejuízo superior a R$ 316 mil à União com sua formação técnica, valores atualizados até 2020.

Julgamento marca estreia de ministra

O julgamento também marcou a estreia da ministra Verônica Abdalla Sterman no plenário do STM. Em sua primeira manifestação de voto, a ministra apresentou divergência em relação ao relator, especificamente quanto à dosimetria da pena.

O Conselho Especial de Justiça havia fixado a condenação em seis anos de reclusão, próximo ao limite máximo previsto em lei. Para a ministra, a exasperação da pena-base em patamar tão elevado desconsiderava parâmetros técnicos da dosimetria e afrontava os princípios da individualização da pena e da dignidade da pessoa humana.

Com base em critérios do Conselho Nacional de Justiça, ela propôs a redução da pena para 3 anos, 10 meses e 15 dias, em regime aberto, com direito de recorrer em liberdade. Ela foi voto vencido.

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