Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Três funcionários de uma empresa de internet foram encontrados mortos em Salvador na noite desta terça-feira, 16. Os corpos tinham marcas de tiros. Eles tinham as mãos e os pés amarrados. A barbárie amplia a tensão no setor em todo o Pais, pois facções criminosas vêm ameaçando empresas e decidindo onde elas não podem atuar.
Na semana que passou, criminosos voltaram a ameaçar e a atacar provedores de internet em Fortaleza. Aconteceu no bairro Sabiaguaba. Uma empresa está sendo impedida de ofertar seus serviços e teve equipamentos destruídos por uma facção local, em um prejuízo que já totalizaria o valor de R$ 100 mil. Cerca de 100 famílias estão sem acessar a internet após um ataque ocorrido no dia 2 de dezembro.
Em Fortaleza, conforme os relatos, criminosos quebraram caixas de distribuição de rede que ficam em postes nas ruas e arrancaram os fios. Até clientes também estariam sendo ameaçados e recebendo "ordens' da facção para ligar para a provedora e pedir o cancelamento do serviço.
Na edição de domingo, a Coluna dizia: "O cenário acima nunca cessou neste ano que está acabando. Na verdade, já está consolidado em áreas não apenas do Ceará, mas de outros estados do Nordeste, como Bahia (sobretudo) e Pernambuco".
A leitura feita por um dirigente de um importante provedor é a de que os ataques do começo de 2025 só viraram notícia porque houve a queima de veículos. "A imagem chama a atenção e gera comoção". Na prática, os provedores já até precificam o prejuízo. Simplesmente riscaram do mapa determinadas áreas onde facções atuam a inibir o trabalho do pessoal de campo.
As ações criminosas consistem em mandar recados pelas equipes para a direção das empresas. Em casos mais extremos, sequestram os técnicos e os ameaçam dizendo saber onde moram. Nas áreas proibidas, as empresas desistem de atuar. Os assassinatos em Salvador, a terem relação confirmada com as facções e as ameaças, seriam o caso mais grave já registrado.
E o que dizer das empresas que atuam nas tais regiões? Em muitos casos não têm ligação com o crime, mas cederam à extorsão. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) destaca que 80 pessoas suspeitas de envolvimento em crimes contra provedores de internet já foram capturadas em 2025.
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