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Falta gente para trabalhar em bares e restaurantes. Por quê?
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Falta gente para trabalhar em bares e restaurantes. Por quê?

Dentre os fatores a contribuir pela dificuldade de montar times está o interesse da nova geração por horários flexíveis, mais bem-estar e mais autonomia. O presidente da Abrasel nacional, Paulo Solmucci, diz que muitos não querem assinar a carteira de trabaho para não perder benefícios sociais. No Ceará, a Abrasel fala em cinco mil vagas abertas
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Restaurante do Clube Náutico após ser reformado (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)
Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Restaurante do Clube Náutico após ser reformado

Não está sendo fácil montar equipes para atuar em bares e restaurantes. Isso acontece Brasil afora. No Ceará, não é diferente. Pergunte a um empresário ou a alguém que está para abrir. As razões nunca são isoladas. Como desestímulo para a carreira estão fatores como jornadas em horários difíceis, como noites, fins de semana e feriados; salários próximos do mínimo, a depender das gorjetas a serem rateadas, nem sempre de forma regular; e a pressão natural do serviço, para citar alguns. Este combo torna o ramo menos atraente do que outras ocupações ou mesmo a vida autônoma.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, disse à Coluna: "Muitos não querem assinar carteira para não perderem benefícios como o bolsa família. Isso coloca as empresas sérias em enorme dilema; ou ficam sem mão de obra ou fora da lei".

No Ceará, segundo o presidente da Abrasel-CE, Taiene Righetto, há hoje em torno de cinco mil vagas em aberto no estado. "Não tem um restaurante aqui no Ceará que já não tenha passado por isso". Mas há um outro fator a pesar nessa bandeja: as pessoas não querem assinar a carteira de trabalho para não perder algum benefício social, como Bolsa Família ou auxílios locais diversos.

Fazem uma conta de padaria e avaliam que o salário formal não compensa a perda. Não é indolência, é visão empresarial, tal qual a dos patrões. Noutros termos, a lógica é a mesma de uma empresa que faz de tudo para não perder um benefício tributário aqui ou acolá.

Assim, a coisa azeda muito por conta do desenho da política pública e do nível salarial do setor (que tem suas limitações naturais para não ir além, porque o cardápio também não aguenta). Some-se a isso uma geração mais hedonista, talvez ávida por horários flexíveis, mais bem-estar e mais autonomia. Algo que pensam ser mais possível não mantendo vínculos. O menu do dia traz: apenas a formalização não tem sido o bastante para atrair.

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