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Contatos ineficazes
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Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.

Joelma Leal ombudsman

Contatos ineficazes

Se for avaliado que meio x ou y não interessa, que seja excluído, portanto
Tipo Opinião
Contatos são publicados no rodapé da capa do O POVO (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução Contatos são publicados no rodapé da capa do O POVO

Hoje é raro quem opta por manter telefone fixo, principalmente em residências. No entanto, se uma empresa se propõe a manter o canal, espera-se, no mínimo, que funcione.

Apresentando um exemplo prático, refiro-me aos números publicados nos cabeçalhos das editorias do impresso do O POVO. Excetuando Esportes e Opinião, todas as outras trazem os nomes dos editores e seus respectivos e-mails e telefones (fixos). A questão é que ligações não são atendidas ou, ao menos, completadas.

Pode parecer algo banal, ainda mais para uma geração que, muito provavelmente, sequer teve acesso aos aparelhos fixos, seja em casa, seja na rua, com os orelhões. No cotidiano da Redação não seria diferente.

No rodapé da capa da edição impressa, há formas de contatos dos leitores com o Mercado Assinante (telefone fixo, WhatsApp e e-mail e site), Ombudsman (WhatsApp, e-mail e horários de atendimento) e logo acima a indicação "WhatsApp da Redação O POVO: (85) 98893 9919". Entretanto, ao salvar o número, não consta que está disponível para o aplicativo de mensagens. Saindo do impresso e migrando para o on-line, dados presentes em opovo.com.br/falecomagente também precisam ser atualizados.

Agora, partindo para os autores dos textos e colunistas, a reclamação por parte dos leitores é uma constante. Excetuando as cronistas Izabel Gurgel, Isabel Costa e os colunistas Paulo Linhares e Marcos Sampaio (também editor), todos do Vida & Arte dominical, o restante vem acompanhado de um e-mail para contato, assim como os articulistas.

No início dessa semana, um leitor enviou e-mail à ombudsman: "Sugiro que os colunistas do Grupo não informem mais seus e-mails nas suas colunas. Enviei emails para o Carlos Mazza e Juliana Diniz, que simplesmente não responderam e devem ter ignorado. Bem diferente de outros que sempre mesmo sendo criticados não deixam de responder".

Com a velocidade das informações, necessidade de produção e entrega, pode parecer natural não dar conta de responder a um e-mail ou atender a uma ligação. Mas se do outro lado, a pessoa parou o que estava fazendo para redigir ou discar, que seja dado um retorno. Mesmo que seja uma crítica, como bem disse o leitor. Desde que seja mantido também, e sobretudo, o respeito.

A partir das facilidades tecnológicas e após a pandemia, as visitas presenciais à sede do O POVO caíram consideravelmente, em relação ao passado. Natural que assim seja. A tecnologia é útil, desde que bem utilizada e de forma eficaz. Se for avaliado que meio x ou y não interessa, que seja excluído, portanto.

Mais dúvida que respostas

A edição impressa da última quarta-feira, 26, trouxe na página 2 a matéria "Juízes se declaram suspeitos para julgar caso de delegada". O abre, logo abaixo do título, complementa: "Denúncia de racismo. Caso ocorreu em setembro de 2021, em loja de departamento em shopping".

De acordo com a matéria: "O caso foi designado à 14ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. Entretanto, a titular Marileda Frota Angelim Timbó declarou ter 'um motivo de foro íntimo que me impede de prosseguir como julgador da causa', declarando-se, portanto, suspeita para julgar o processo. O pedido de suspeição feito pela juíza foi realizado em abril deste ano. O caso foi redesignado para a 15ª Vara Criminal de Fortaleza no último dia 13, mas, segundo O POVO apurou, o titular desta Vara também se declarou suspeito".

Um leitor encaminhou uma série de questionamentos: "A repórter não ouviu a defesa do réu? A repórter tentou saber quem é a suposta vítima? A repórter procurou saber as razões pelas quais os juízes estão se dando por suspeitos? Terminei a matéria com mais dúvidas que respostas", concluiu o leitor.

Para a primeira pergunta, a matéria traz a resposta: "O POVO entrou em contato com a defesa do de Bruno Filipe Simões, mas até a publicação da matéria não teve resposta. O texto será atualizado, caso a resposta seja enviada."

Na versão do O POVO+ , há mais dados, incluindo a íntegra da nota dos advogados da delegada. Para as demais perguntas, o(s) leitor(es) permanece(m) no aguardo. Até porque, parte-se do princípio que o leitor compra o jornal ou acessa o digital para ter respostas e não dúvidas.

Apenas a primeira

A primeira pesquisa Datafolha para a eleição 2024 em Fortaleza foi divulgada pelo O POVO na última quinta-feira, 27 de junho, com ampla divulgação nas diversas plataformas do Grupo.

Dentre os dados, um em destaque foi manchete de página da edição impressa da sexta-feira, 28: "Capitão Wagner lidera em todos os segmentos, menos entre os mais ricos".

No rodapé da página, um infográfico exibindo os números referentes à renda dos respondentes. No caso do Capitão Wagner (União Brasil), os números - em percentuais - foram os seguintes: 27% mais de cinco salários mínimos (SM); 33% entre dois e cinco SM; e 34% até dois SM. Observando outro candidato com números próximos para os mais ricos, está o pré-candidato Evandro Leitão (PT): 20% mais de cinco SM; 12% entre dois e cinco SM; e 6% até dois SM.

Logo cedo, um leitor alertou: "A manchete da página 5 está errada. Se entre os de maior renda, Wagner tem 27% e Evandro 20%, Wagner vence entre os mais ricos."

O texto informa que ambos estão tecnicamente empatados. Conforme os dados da pesquisa, a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, diante das respostas dos 644 eleitores de Fortaleza ouvidos pelo Datafolha, entre os dias 24 e 26 de junho.

O editor de Política, Ítalo Coriolano, explica que a partir da margem, Evandro poderia ir de 16% a 24%, enquanto Wagner 23% a 31%, impossibilitando a afirmação de que Wagner lidera em todos segmentos, sem exceção. "Estatisticamente o termo utilizado nestes casos é o de empate técnico (ou tecnicamente empatados), pois ambos estão com desempenhos que podem se encontrar. É diferente do termo 'numericamente empatados', que considera apenas o número obtido pelo candidato, sem levar em conta a margem de erro da pesquisa", complementa o editor de Política, João Marcelo Sena.

Ainda assim, o leitor não se convenceu: "Mantenho o que disse. A margem de erro é alta porque o número de entrevistados foi aquém do ideal. Mas se formos chamar isso de empate técnico, que é óbvio, já imaginou se Wagner estivesse 4 pontos percentuais a mais em todos os quesitos?".

Apenas um exemplo de como os dados movimentam os ânimos. E esta foi apenas a primeira pesquisa.


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