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Sobre a importância de reconhecer um erro
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Sobre a importância de reconhecer um erro

Errar nunca é bom. Mas, pior é não se redimir. Corrigir uma informação incorreta ou imprecisa deve ser um compromisso com o leitor
Tipo Análise
Durante o mês de junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, diversas reportagens foram publicadas em apoio a causa  (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Durante o mês de junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, diversas reportagens foram publicadas em apoio a causa

 

Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+. Por conta dessa efeméride, O POVO fez várias reportagens sobre o assunto, em diversas editorias. Iniciativa importante para um tema que deve sim estar em nossas páginas, sejam impressas ou digitais, em nossos vídeos, em nossas rádios, em nossos podcasts... Um dos pontos de nossa cobertura foi mostrar o que significa cada letra da sigla. Importante, a meu ver, já que essa informação deve ser compartilhada e cada vez mais difundida. Mais informação é sempre um ótimo caminho para a luta contra o preconceito.

Infelizmente, acabamos trazendo informações equivocadas, principalmente acerca da discussão pelo aspecto biologizante. Essa abordagem é questionável e foi duramente criticada por diversas pessoas, tanto nas nossas redes sociais quanto em seus perfis particulares. Um leitor do O POVO alertou sobre a situação. "O jornal vem postando nas redes sociais uma série de conteúdos relacionados à sigla LGBTQIA +. O que é positivo e importante. Mas, me causou um pouco de desconforto ver um conteúdo que poderia ser mais didático e respeitoso soar tão assertivo e quadrado". E completou: "Lendo os comentários do post, reconheci várias outras pessoas questionando o conteúdo. São muitas delicadezas envolvidas no processo. Acredito que a intenção foi a melhor, mas acaba que o resultado não deu conta".

Ao ser identificado o problema, a equipe de Mídias Sociais não apenas deletou o post como publicou um outro com o destaque "erramos", para explicar melhor a situação. "Quando percebemos a proporção da falha, tiramos do ar. Uma observação: recebemos muitos elogios e vimos o quanto as pessoas não sabiam o significado das letras na sigla. Mais um motivo pra buscar logo a correção. Fizemos um post dispostos a reconhecer e aprender com este erro", destaca a editora-executiva, Glenna Cherice.

Ouvir os leitores é parte importante do nosso ofício

Além do post nas redes sociais, o material publicado no portal também precisou ser corrigido. "A matéria foi feita ouvindo pessoas de cada orientação ou identidade, para que eles definissem (cada letra da sigla). Claro, quando vai para a peça há uma síntese, e isso causou o incômodo. Ouvimos a ponderação dos leitores e fizemos as correções, tanto na peça quanto na matéria, que, apesar de ter ouvido as pessoas da comunidade, trazia algumas das palavras questionadas", detalha Érico Firmo, editor-chefe do Cotidiano.

Errar não é bom. O nosso foco é sempre em acertar. Mas identificar um erro e corrigi-lo da forma como foi feito, com rapidez e transparência, é sempre o melhor caminho. O jornal cresce com esse aprendizado. O leitor, que havia feito as ponderações, também ficou satisfeito com a atitude. "Quero agradecer. Gostei de ver o conteúdo corrigido no Instagram. Vi também que nas matérias, onde haviam as menções do discurso biologizante, esse conteúdo foi retirado".

Outra alteração positiva

Alguns leitores entraram em contato comigo questionando a primeira versão da matéria sobre a homenagem do Sindicato dos Médicos à Mayra Pinheiro e ao Elias Leite. Oposições políticas à parte, um dos leitores pedia que na matéria fosse explicado o perfil de cada um dos homenageados. "Tenho um estranhamento sobre essa matéria. Um leitor que não acompanha fica sem saber nada sobre os homenageados. O jornal não explica nada sobre o perfil dessas pessoas, é relatorial. O jornal normalmente tem senso crítico, mas, nessa matéria, não traz as informações necessárias. Está sem contraponto algum".

Após esse questionamento ser feito à Redação, o mesmo leitor enviou outra mensagem: "A matéria foi atualizada agora. Todas as informações sobre quem são os homenageados e o contexto estão no link. Fiquei satisfeito". Esse olhar para o nosso fazer jornalístico e para o leitor só nos beneficia. Na área digital, principalmente, temos a possibilidade de atualizar um arquivo em tempo real e levar a informação mais completa ao leitor. E isso deve ser feito sempre que necessário.

Sugestões

Os leitores não apenas destacam erros e acertos do O POVO. A comunicação, seja pelo portal, seja por email ou por WhatsApp, é intensa. Em 2021, O POVO criou uma área específica, a qual eu coordeno, para que essa relação com a audiência seja cada dia mais positiva. Tanto para ouvir as demandas, quanto para aprimorar o nosso trabalho. E essa relação tem crescido. Quero destacar duas ações específicas.

A primeira é a estreia, na semana que passou, do Conselho de Jovens Leitores. Mais um grupo, agora formado por estudantes, que se reunirá quinzenalmente para analisar, criticar e trazer contribuição para o jornalismo do O POVO. O segundo destaque é sobre a comunicação entre leitor e Redação. Essa semana, por exemplo, um leitor mandou uma sugestão sobre dois irmãos de Ocara que criaram um aplicativo para Copa América e que está fazendo sucesso. A matéria foi feita e ficou em destaque no portal. Uma história que inspira outros leitores. Esta interação é necessária. Portanto, fiquem à vontade sempre. O POVO é feito por vocês também.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

CONTATOS

EMAIL: OMBUDSMAN@OPOVODIGITAL.COM

WHATSAPP: (85) 98893 9807

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