Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
Ler um texto com uma opinião diferente da sua sobre algum fato pode ser um exercício interessante para entendermos o mundo, independente de concordarmos ou não com o que está escrito
O inciso IV do artigo 5º da constituição é claro: "É livre a manifestação do pensamento". O inciso IX destaca: "É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação". Temos liberdade de expressar nossa opinião, é um direito fundamental destacado em nossa lei maior. Mas há um limite. É preciso entender que há liberdade se essa expressão não resulta em um crime como racismo, homofobia, violência. E o limite deve estar posto quando se trata de discurso de ódio.
Dito isso, considero que, na atualidade, em tempos de algoritmos da Internet e nossas bolhas nas redes sociais - que nos fazem sempre ver posts relacionados ao nosso pensamento, ter acesso a posições divergentes às nossas nos jornais e portais de notícias nos trazem benefícios significativos. Pode não ser fácil ler algo que rechaçamos ou discordamos completamente. Mas pode ser um belo exercício de respeito ao próximo e de entendimento da sociedade. Não precisamos concordar com tudo que um articulista ou colunista escreve em um jornal. Mas ler opiniões diferentes das nossas pode nos fazer pensar e aumentar nosso repertório, seja para confirmar nosso pensamento e nossa convicção sobre determinado assunto, seja para avaliar e até a mudar de opinião.
Além disso, se não gostamos de algo escrito por uma pessoa, podemos simplesmente não ler e passar a página. Ou clicar em outro link. O jornal é diverso, leva informações e panoramas para públicos diferentes e também é um veículo formador de opinião. Já se alguma opinião publicada ultrapassar o limite do aceitável e incorrer em alguns dos problemas citados, como trazer discurso de ódio, destacar uma desinformação ou mesmo ter um teor racista, ele deve ser repudiado veementemente. Fora isso, um articulista pode trazer seu ponto de vista, seja a favor ou contra político x ou y. Pode criticar, elogiar, analisar um comportamento. Independente da visão política, análises sobre os fatos sociais serão bem vindas.
Recebo algumas mensagens de leitores reclamando sobre a insistência em temas de alguns colunistas contra o presidente Bolsonaro. Minha resposta é sempre parecida: se há um fato social importante e aquele profissional julgou que seria relevante trazer uma análise sobre o assunto, não há problema algum. O ente público deve compreender que ao assumir um cargo está exposto a críticas. E o apoiador, seja de direita ou de esquerda, precisa entender que a crítica feita de forma responsável é algo compatível (e necessário) ao exercício da cidadania.
Jornalismo, história e cinema
No fim de fevereiro, O POVO lançou seu primeiro longa-metragem: "Voo 168 - A Tragédia da Aratanha". Um trabalho jornalístico, histórico e de audiovisual digno de aplauso. É com entusiasmo que eu vejo essa ampliação dos produtos oferecidos à audiência e a qualidade com que que eles chegam ao assinante. Além do filme, três podcasts sobre o documentário, com detalhes da história da tragédia aérea, da produção e com depoimentos de jornalistas que participaram da cobertura em 1982, levam mais que informação ao público. Levam memória e história para quem lembra e viveu a tristeza das mortes naquele grande acidente e também para quem ainda não era nem nascido e não tinha conhecimento sobre esse desastre. É um registro importante e muito bem produzido sobre um dos fatos mais marcantes do País. Um mês após o lançamento do filme, na semana que passou, ainda tivemos um texto com a repercussão, além de um vídeo com os bastidores do longa-metragem, que nos dá ainda mais informação sobre essa tragédia.
A jornalista Cinthia Medeiros, editora-executiva de Audiovisual do Grupo de Comunicação O POVO (GCOP), explica que desde a primeira temporada da série "Guerra sem Fim", produzida pelo GCOP em 2020, o núcleo de Audiovisual começou a investir em novas linguagens. "O aprimoramento dos processos de realização e a resposta positiva da audiência nos motivam a apostar em mais projetos como esses. O próximo, inclusive, já está em produção e também terá como base um conteúdo jornalístico de fôlego - parte do DNA do O POVO - associado à linguagem cinematográfica. Nossa pretensão é ter pelo menos quatro conteúdos de maior complexidade, como filmes e séries, ao longo do ano, intercalados com produções de menor porte, mas de relevância jornalística e social", detalha Cinthia Medeiros. Ótimas notícias para os assinantes. As duas temporadas do Guerra Sem Fim (2020 e 2021), sobre as facções no Ceará, e esse primeiro longa, sobre a tragédia do voo da Vasp (2022), mostram que O POVO está no caminho certo: aliando jornalismo e audiovisual e oferecendo ao assinante um conteúdo de qualidade.
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