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De que lado o jornal está?
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

De que lado o jornal está?

O veículo de imprensa não precisa escolher um lado na disputa eleitoral. Mas precisa ser transparente e correto em sua publicação
Tipo Análise
Candidatos ao Governo do Ceará em 2022: Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT) (Foto: Montagem)
Foto: Montagem Candidatos ao Governo do Ceará em 2022: Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT)

A menos de dois meses para as eleições, os nomes que concorrerão ao pleito se definem e o clima começa a esquentar ainda mais. Se já vivemos há um tempo em um país polarizado, a chegada da votação movimenta ainda mais as paixões. A função da imprensa, nesse fogo cruzado, é levar informação, análise e dados para os leitores tomarem suas decisões. Os veículos de imprensa do Brasil, de uma forma geral, não têm a conduta de definir um lado da disputa e anunciar, como ocorre nos Estados Unidos.

Normalmente, as empresas declaram a isenção e buscam se comunicar de forma mais transparente com o leitor. Mas isso não impede a crítica em relação ao que é publicado, seja em relação a matérias jornalísticas, seja em relação a colunas e artigos de opinião. Nas últimas semanas, por exemplo, recebi mensagens criticando a forma como O POVO publicou matéria sobre a homologação da chapa Lula-Alckmin, citando a reunião como "esvaziada". A crítica seria pelo viés negativo, já que os candidatos estavam em evento em Pernambuco e a reunião seria apenas para formalizar a chapa. Também recebi a pergunta: "As manchetes de vocês são uma vergonha. Porque vocês são tão esquerdistas?" Perguntei ao leitor sobre o que exatamente ele estava se referindo, qual manchete. Mas não tive resposta.

Então, são apenas dois exemplos de como teremos dois meses bem tensos. Para cada comentário, tento manter o diálogo com os leitores e passar as críticas à Redação, para que seja feita uma análise sobre a nossa produção. É fato que há erros e acertos no jornalismo. E, nesse momento, a transparência é o melhor caminho. Com os leitores que aceitam travar um diálogo sadio, é sempre bom discutir a forma como o jornalismo no O POVO é feito. A cada crítica e a cada elogio, há um intuito de pensar sobre o que foi feito, sendo certo ou errado, e trabalhar para errar menos e acertar mais.

A partir disso, é preciso que os jornalistas estejam abertos para receber as críticas. Não é preciso concordar com tudo o que os leitores dizem. Mas o diálogo deve ser estimulado. Não digo o diálogo com quem vem difamar ou com pessoas que trazem violência e ironia em seu discurso. Porque, dessa forma, não há interlocução possível. Mas é preciso ter a compreensão das várias nuances políticas e de como devemos ouvir críticas e elogios como forma de melhorarmos sempre o nosso trabalho.

Para pensar, aprender e se informar

Em meio à cobertura das eleições 2022, ressalto algumas produções, muito bem feitas, lançadas nos últimos dias, e que podem ajudar nossa audiência a pensar sobre a conjuntura política e também a escolher um candidato que melhor se ajuste ao que cada um considera ideal para um ente público. A mais recente é a nova newsletter do Grupo de Comunicação O POVO. Logo pela manhã, com um texto analítico abrindo a mensagem, o leitor fica sabendo dos temas mais quentes relacionados à política. E ainda sobre os assuntos principais do dia. Na última quinta-feira, os assinantes da newsletter, que é gratuita, receberam antes de todos o resultado da pesquisa Ipespe. Uma forma de fidelizar o leitor.

Outra produção importante para essa época do ano, é a série Ideologias. Em julho, mais três episódios foram publicados no OP (Comunismo e socialismo, Saiba como funciona a social-democracia, Liberalismo). Antes, outros três vídeos sobre ideologias, direita e esquerda e fascismo já estavam disponíveis ao assinante do OP . É uma forma rápida e simples de explicar temas que ainda podem confundir os eleitores. Cada vídeo tem menos de seis minutos.

Em um tempo de muitas informações enganosas sendo compartilhadas nas redes sociais, ter a explicação de termos políticos ajuda o cidadão a entender o tempo em que estamos vivendo e também a se blindar de notícias falsas. Compreender o que é direita e esquerda, o que significa ideologia, o que faz um governo ser chamado de fascista, a diferença entre comunismo e socialismo, como funciona a social-democracia e o contexto em que nasceu o liberalismo e o que traz o neoliberalismo é de extrema importância nos dias atuais.

Imperdível

Como voltei de férias na última semana, tirei os primeiros dias da minha volta à rotina de análises para dar uma olhada na produção do mês de julho. Em meio a reportagens e matérias interessantes, me encantei com a série Mainha: Com a morte nos olhos. São quatro episódios que contam a história desse pistoleiro bastante conhecido no Ceará. Um trabalho primoroso de pesquisa. Vale a pena assistir.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO.

CONTATOS

EMAIL: OMBUDSMAN@OPOVODIGITAL.COM

WHATSAPP: (85) 98893 9807

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