Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
A menos de dois meses para as eleições, os nomes que concorrerão ao pleito se definem e o clima começa a esquentar ainda mais. Se já vivemos há um tempo em um país polarizado, a chegada da votação movimenta ainda mais as paixões. A função da imprensa, nesse fogo cruzado, é levar informação, análise e dados para os leitores tomarem suas decisões. Os veículos de imprensa do Brasil, de uma forma geral, não têm a conduta de definir um lado da disputa e anunciar, como ocorre nos Estados Unidos.
Normalmente, as empresas declaram a isenção e buscam se comunicar de forma mais transparente com o leitor. Mas isso não impede a crítica em relação ao que é publicado, seja em relação a matérias jornalísticas, seja em relação a colunas e artigos de opinião. Nas últimas semanas, por exemplo, recebi mensagens criticando a forma como O POVO publicou matéria sobre a homologação da chapa Lula-Alckmin, citando a reunião como "esvaziada". A crítica seria pelo viés negativo, já que os candidatos estavam em evento em Pernambuco e a reunião seria apenas para formalizar a chapa. Também recebi a pergunta: "As manchetes de vocês são uma vergonha. Porque vocês são tão esquerdistas?" Perguntei ao leitor sobre o que exatamente ele estava se referindo, qual manchete. Mas não tive resposta.
Então, são apenas dois exemplos de como teremos dois meses bem tensos. Para cada comentário, tento manter o diálogo com os leitores e passar as críticas à Redação, para que seja feita uma análise sobre a nossa produção. É fato que há erros e acertos no jornalismo. E, nesse momento, a transparência é o melhor caminho. Com os leitores que aceitam travar um diálogo sadio, é sempre bom discutir a forma como o jornalismo no O POVO é feito. A cada crítica e a cada elogio, há um intuito de pensar sobre o que foi feito, sendo certo ou errado, e trabalhar para errar menos e acertar mais.
A partir disso, é preciso que os jornalistas estejam abertos para receber as críticas. Não é preciso concordar com tudo o que os leitores dizem. Mas o diálogo deve ser estimulado. Não digo o diálogo com quem vem difamar ou com pessoas que trazem violência e ironia em seu discurso. Porque, dessa forma, não há interlocução possível. Mas é preciso ter a compreensão das várias nuances políticas e de como devemos ouvir críticas e elogios como forma de melhorarmos sempre o nosso trabalho.
Para pensar, aprender e se informar
Em meio à cobertura das eleições 2022, ressalto algumas produções, muito bem feitas, lançadas nos últimos dias, e que podem ajudar nossa audiência a pensar sobre a conjuntura política e também a escolher um candidato que melhor se ajuste ao que cada um considera ideal para um ente público. A mais recente é a nova newsletter do Grupo de Comunicação O POVO. Logo pela manhã, com um texto analítico abrindo a mensagem, o leitor fica sabendo dos temas mais quentes relacionados à política. E ainda sobre os assuntos principais do dia. Na última quinta-feira, os assinantes da newsletter, que é gratuita, receberam antes de todos o resultado da pesquisa Ipespe. Uma forma de fidelizar o leitor.
Outra produção importante para essa época do ano, é a série Ideologias. Em julho, mais três episódios foram publicados no OP (Comunismo e socialismo, Saiba como funciona a social-democracia, Liberalismo). Antes, outros três vídeos sobre ideologias, direita e esquerda e fascismo já estavam disponíveis ao assinante do OP . É uma forma rápida e simples de explicar temas que ainda podem confundir os eleitores. Cada vídeo tem menos de seis minutos.
Como voltei de férias na última semana, tirei os primeiros dias da minha volta à rotina de análises para dar uma olhada na produção do mês de julho. Em meio a reportagens e matérias interessantes, me encantei com a série Mainha: Com a morte nos olhos. São quatro episódios que contam a história desse pistoleiro bastante conhecido no Ceará. Um trabalho primoroso de pesquisa. Vale a pena assistir.
ATENDIMENTO AO LEITOR
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS
"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO.
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