
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
A política anti-imigração do presidente Donald Trump continua em curso. Semana passada, uma aeronave pousou em Fortaleza transportando brasileiros deportados dos Estados Unidos. A política de Trump é, atualmente, a que mais representa a falácia da globalização enquanto símbolo da emergência de uma cidadania mundial e de um processo de integração, via desterritorialização. O cenário geopolítico está fincado na defesa de fronteiras, no nacionalismo exacerbado e no fomento de políticas xenofóbicas.
No Brasil, alguns políticos parecem mimetizar a política trumpista de aversão ao outro, que, no caso brasileiro, não é um imigrante, e sim populações vulnerabilizadas que, sem oportunidade, migram de um município ao outro em busca de emprego, renda e serviços essenciais.
Semana passada, assisti a um vídeo no qual apareciam prefeitos de cidades do sul interpelando pessoas que vinham de outras regiões. No vídeo fica explicitado os atos de higienização do espaço urbano e o constrangimento da população de rua sendo removida por agentes da prefeitura. As cenas são grotescas e expõem as mazelas de um sistema profundamente desigual e incapaz de proporcionar um mínimo existencial para a população.
O vídeo também revela, de forma patente, a falência do Estado que, outrora, era o ente impulsionador do crescimento econômico e do desenvolvimento social, depois, degenerou-se em um administrador do caos, com políticas presas ao imediato e em genuflexão ao mercado.
Por fim, testemunhamos agora o Estado completamente inócuo para transformar a realidade do povo, sem planejamento a longo prazo e destituído de políticas sociais robustas. Nessa seara, desponta um Estado cruel e desumano que, incapaz de solucionar os graves problemas sociais, prefere expulsar cidadãos para territórios vizinhos, pois, em tempos de relevância da imagem, ninguém quer os chamados inempregáveis manchando a estética de sua cidade.
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