Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora
Barcelona e Valência, tão diferentes e ainda assim conectadas, representam facetas distintas da alma espanhola
Depois de dias imersos na energia vibrante de Barcelona, embarco no trem rumo ao sudeste, para a cidade que é um tesouro à beira do Mediterrâneo: Valência.
A paisagem muda conforme o trem avança, trocando as ruas movimentadas da Catalunha pelos campos dourados e pomares que anunciam a terra das laranjas.
Valência, terceira maior cidade da Espanha, com cerca de 800 mil habitantes, é conhecida por sua história milenar, arquitetura fascinante e como o berço da paella. Fundada pelos romanos em 138 a.C., a cidade atravessou séculos de transformações. Foi ocupada por visigodos, muçulmanos e, finalmente, cristãos, cada cultura deixando sua marca.
Assim que desço na estação Estació del Nord, sou recebida por um prenúncio do que está por vir. A luz do sol é mais quente e acolhedora aqui, refletindo nas ruas de pedra e nos edifícios cheios de história. Lembro-me de Barcelona, com sua grandiosidade modernista, mas Valência parece oferecer algo diferente: uma suavidade que convida a ser vivida sem pressa.
Minha primeira parada é a Catedral de Valência, uma joia arquitetônica que combina estilos românico, gótico e barroco. Dentro, fico impressionada com o Santo Cálice, que muitos acreditam ser o cálice usado por Jesus na Última Ceia. A ideia de estar diante de um artefato tão lendário é, no mínimo, intrigante.
Descendo, perco-me pelas ruas do bairro El Carmen, onde arte urbana moderna adorna muros antigos. As vielas estreitas estão repletas de bares, cafés e pequenas lojas que parecem convidar à descoberta.
Vou caminhando pela cidade, e chego à imponente Torre de Serranos, que já foi uma das principais portas de entrada para a Valência medieval.
Mais tarde, passo pela majestosa Plaza de Toros, com sua arquitetura neoclássica que remete aos anfiteatros romanos. Embora o tema das touradas seja controverso, o lugar carrega um peso histórico que fascina.
Separei um dia inteiro para conhecer os Jardines del Turia, um antigo leito de rio transformado em um dos maiores parques urbanos da Espanha. Caminhar por seus caminhos arborizados é uma pausa tranquila no meio da agitação da cidade. Aqui, famílias fazem piqueniques, ciclistas passam apressados e crianças brincam sob a sombra das árvores.
No fim do parque, a paisagem muda abruptamente com a chegada à Cidade das Artes e das Ciências. Este complexo futurista, projetado por Santiago Calatrava, é um contraste impressionante com o centro histórico. Suas estruturas brancas parecem naves espaciais, refletindo-se em piscinas azuis. Passo horas explorando o museu interativo, o planetário e o impressionante aquário, o Oceanogràfic.
Dedico um dia à costa, caminhando pela areia dourada da praia de Malvarrosa. O Mediterrâneo aqui é de um azul que parece saído de uma pintura, e a brisa marinha traz uma sensação de paz.
Sigo até a Playa de las Arenas, a joia do litoral valenciano. A extensa faixa de areia dourada se estende sob a luz do sol, enquanto as águas cristalinas do Mediterrâneo convidam a um mergulho refrescante.
O calçadão, movimentado e cheio de vida, é repleto de restaurantes e bares, onde turistas e moradores aproveitam o clima descontraído. Sento-me em um deles para experimentar a horchata, uma bebida refrescante feita de chufa (uma espécie de tubérculo). O sabor é doce e único.
Conforme o sol se põe, o céu se pinta de laranja e rosa, refletindo no mar tranquilo, e as luzes dos bares começam a brilhar, anunciando a vida noturna que transforma a praia em um ponto de encontro vibrante. A brisa salgada do Mediterrâneo parece carregar consigo histórias de marinheiros e viajantes que passaram por aqui, tornando o momento ainda mais especial.
Penso então, na jornada que me trouxe até aqui. Barcelona e Valência, tão diferentes e ainda assim conectadas, representam facetas distintas da alma espanhola. Se a primeira é vibrante e ousada, a segunda é serena e acolhedora. Valência, com suas histórias e sabores, é o tipo de lugar que se guarda no coração.
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