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Um verão em Madrid
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Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora

Larissa Lima comportamento

Um verão em Madrid

Caminhar pelas ruas da capital espanhola é como atravessar um mosaico de épocas e estilos, onde cada canto sussurra segredos da história
Montaña de los Gatos (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Montaña de los Gatos

Madrid, uma cidade que pulsa no ritmo do passado e do presente, acolheu-me em uma tarde radiante de verão.

O ar era impregnado pelo calor e pelo perfume das flores, enquanto o sol brilhava intensamente, refletindo nas fachadas das construções barrocas e neoclássicas. Caminhar pelas ruas da capital espanhola é como atravessar um mosaico de épocas e estilos, onde cada canto sussurra segredos da história.

Fundada no século IX pelos mouros, Madrid cresceu de uma fortaleza às margens do rio Manzanares para tornar-se o coração da Espanha. Hoje, com mais de 3 milhões de habitantes, é uma metrópole vibrante que combina o charme das tradições com a efervescência da modernidade.

A cidade é também sede de uma das monarquias mais antigas do mundo, e o Palácio Real, com sua imponência, é um testemunho silencioso de séculos de poder e glamour.

Minha primeira parada foi a Puerta del Sol, ponto zero das estradas espanholas e palco de reuniões históricas e festivas. A estátua do Urso e o Medronheiro, símbolo de Madrid, parece observar quem passa com um olhar tranquilo e despreocupado. Ao meu redor, madrilenhos e turistas misturavam-se em uma coreografia caótica, mas harmoniosa.

De lá, segui para a Plaza Mayor, onde os arcos de pedra e as sacadas floridas evocam o esplendor do passado. Impossível não imaginar as touradas e mercados medievais que outrora enchiam aquele espaço de vida e cores. Hoje, o burburinho dos restaurantes e lojas de souvenirs criou uma nova identidade para a praça, sem apagar suas memórias.

Plaza Mayor(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Plaza Mayor

Caminhar por Madrid também significa render-se ao apelo de sua arte. No Triângulo de Ouro, formado pelos museus do Prado, Reina Sofía e Thyssen-Bornemisza, encontrei refúgio entre obras-primas que narram a evolução da expressão humana.

No Reina Sofía, fiquei fascinada pela força e a grandeza de “Guernica” de Picasso, um grito visual contra os horrores da guerra. No Prado, “Las Meninas” de Velázquez pareceu-me observar de volta, como se guardasse um segredo.

A cada esquina, Madrid oferece algo novo: um mercado gastronômico, uma loja de antiguidades, ou um parque que convida ao descanso.

No Parque del Retiro, mergulhei na essência do verão madrilenho. Entre alamedas sombreadas e gramados pontilhados por pessoas fazendo piqueniques, observei os barquinhos no lago, deslizando sob o olhar atento do monumento a Alfonso XII.

A leve brisa trazia um alívio bem-vindo ao calor. Del Retiro foi um dos meus grandes refúgios ali. Além de apreciar a vida cotidiana, pude conversar com amigos, ouvir uma banda que por ali tocava, conhecer novas pessoas e algumas vezes apenas ler um livro ao pôr do sol.

Outro refúgio encantador foi o Real Jardín Botánico, uma joia verde no coração da cidade. Fundado no século XVIII, o jardim exibe uma impressionante coleção de plantas de todos os cantos do mundo. Caminhei entre roseiras exuberantes, estufas históricas e árvores centenárias, enquanto o canto dos pássaros misturava-se ao perfume delicado das flores. O lugar parecia um oásis, oferecendo um momento de tranquilidade e conexão com a natureza em meio à agitação urbana.

À noite, a cidade se transforma. Madrid tem outra personalidade em suas noites. A Gran Vía iluminada parece um rio de estrelas, e os bares de tapas espalham aromas irresistíveis. Provei o tradicional bocadillo de calamares e uma taça de vinho tinto, sentindo o sabor da Espanha em cada mordida e gole.

E como esquecer a noite em que assisti à vitória da Espanha na Champions League de 2024? Ver os espanhóis torcendo com tanta paixão e, finalmente, celebrando o triunfo foi um momento marcante. A alegria era contagiante, com ruas tomadas por cânticos e bandeiras. Aquela cena vermelha e amarela ficará para sempre gravada na minha memória como um símbolo do espírito vibrante e coletivo de Madrid.

Ao fim da minha visita, enquanto olhava a cidade do alto do Círculo de Bellas Artes, prometi a mim mesma que voltarei. Porque Madrid, com sua alma multicultural e sua história viva, é o tipo de lugar que nunca se esgota.

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