Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.
Foto: Antonio Frajado/Divulgação
Fernanda Torres no Globo de Ouro com vestido que combina gola alta, costas abertas e fenda alta
Neste domingo, é Carnaval no Brasil. E, na noite de hoje, o País acompanhará à distância de milhares de quilômetros a cerimônia do Oscar 2025, a ser realizada no Dolby Theatre, em Los Angeles. “Ainda estou aqui”, concorrente em três categorias: melhor filme estrangeiro, melhor filme e melhor atriz, fará brevíssimo intervalo na festa brasileira.
A catarse coletiva vai sossegar, vamos baixar o som dos paredões, trios, e a concentração não ocorrerá na avenida, mas na frente das TVs para ver e ouvir, com tradução simultânea, a apresentação dos indicados e a premiação de cada categoria. Os anjos estão convidados para brincar na nossa festa. Pediremos a eles pelo reconhecimento internacional do talento, que viceja abaixo da Linha do Equador, pelo triunfo da heroína já consagrada e de sua estirpe admirável.
Seremos chamados três vezes e esperaremos segundos intermináveis para saber se pulamos, gritamos e abraçamos quem estiver perto de nós. Ou se, resilientes, diremos as frases prontas, na ponta da língua, “faltam mais duas” e “falta mais uma” e a que ninguém deseja falar, “Somos vencedores por chegar até aqui, fazer bonito, fazer história”. De fato, a história contada por Marcelo Rubens Paiva no livro e por Walter Salles na tela já é vencedora em muitos aspectos.
Entre eles, levar uma nação ao cinema para prestigiar a arte nacional e, lá no escuro, no frio da sala, refletir sobre aquele período nefasto em que qualquer um, a qualquer momento, poderia ser delatado, torturado, morto, desaparecer, tivesse ou não envolvimento com atividades políticas, fosse ou não subversivo.
Enquanto o autoritarismo se fortalece no mundo, com a Itália, os Estados Unidos e a Alemanha elegendo radicais, interrompemos a mais democrática das nossas celebrações para torcer juntos, ricos e pobres, muitas raças e muitos credos, gente de todas as idades e gêneros. Ainda somos um povo que responde com fé e alegria às mazelas da desigualdade social. Ainda somos os brasileiros miscigenados, de grandeza e coragem continentais.
E seja qual for o resultado anunciado no palco das nossas expectativas, ainda encontraremos razões para retomar a folia, até que venha a quarta-feira e guardemos a fantasia.
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