Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.
O fato é que tive o privilégio de aprender as primeiras lições de texto para anúncio, VT, outdoor e spot com a talentosa, reconhecida e premiada jornalista, escritora e publicitária Ângela Barros Leal
Foto: Reprodução/Pexels/Viktorya Sergeeva
Foto de apoio ilustrativo
Disseram-me que era uma espécie de máquina de escrever, tinha a impressora acoplada e a vantagem de uma tela, na qual as palavras acendiam, além da capacidade da CPU para armazenar informações em gavetas virtuais — as pastas. Tudo na ponta dos dedos, as janelas do software a abrir e fechar, conforme se desejasse. Assim, quem datilografou os primeiros contos foi apresentada ao computador.
Naquele ano, 1989, o estágio na Agência do Sol Propaganda inaugurou a minha carteira de trabalho, enquanto ainda cursava a 3ª série do Ensino Médio e decidia entre me inscrever para o vestibular de Jornalismo ou Letras.
O fato é que tive o privilégio de aprender as primeiras lições de texto para anúncio, VT, outdoor e spot com a talentosa, reconhecida e premiada jornalista, escritora e publicitária Ângela Barros Leal. Ela estava de mudança temporária para os Estados Unidos e decidiu preparar para substituí-la alguém sem os vícios do mercado: a garota de 17 anos que batera à porta da sala da redatora, falando sobre o fascínio pela escrita e a participação exitosa em um concurso literário, coordenado por Luis Fernando Verissimo. Eu buscava a primeira experiência profissional.
Antes de viajar, Ângela deixou em um post-it os comandos básicos para ligar e operar a máquina. A praticidade de poder apagar e corrigir, alterar e conferir no monitor, antes da impressão, elevou imensamente as possibilidades do ato de escrever.
O cesto de lixo não recebeu mais as páginas amassadas, puxadas do rolo de borracha atacado pelas hastes com as letras nas extremidades. Vi o equipamento com a mesma curiosidade que, três décadas depois, a Inteligência Artificial me desperta.
Não sei se no futuro teremos sido substituídos pelos robôs. Ou se apenas olharemos para trás reconhecendo o progresso natural decorrente da capacidade humana de criar. No caminho sem volta das invenções, seriam a pena, a tinta e o tinteiro ancestrais das IAs?
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