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Battlefield 6 explode em vendas, mas será que ainda empolga como antes?
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Miguel Pontes é Streamer de Games na Twitch. Host, editor e produtor do Mais Um Podcast de Games e da Comunidade Nerd do O POVO. Pesquisador da Central de Jornalismo de Dados - Datadoc e Acervo O POVO. Neste espaço, vai falar sobre jogos, noticiar eventos, analisar games e opinar sobre a indústria de jogos

Battlefield 6 explode em vendas, mas será que ainda empolga como antes?

Lançado em outubro, Battlefield 6 chegou quebrando a banca com suas 7 milhões de cópias vendidas já no final de semana de lançamento. É estreia de blockbuster — mas ainda não dá pra saber se será suficiente para reconduzir a franquia aos seus dias de glória
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Novo jogo da fraquia, Battlefield 6 estreou com grande número de vendas (Foto: Eletronic Arts | Divulgaçao)
Foto: Eletronic Arts | Divulgaçao Novo jogo da fraquia, Battlefield 6 estreou com grande número de vendas

Pode falar o que quiser da EA, mas quando o assunto é fazer barulho, eles sabem o caminho das pedras. O novo Battlefield 6 chegou recentemente em outubro e já bateu recorde: mais de 7 milhões de cópias vendidas no fim de semana de estreia, segundo números divulgados pela própria EA em comunicado após o lançamento.

É número de blockbuster, daquelas estreias que fazem os investidores sorrirem, community manager suar frio e servidor pedir arrego.

Mas aí eu pergunto: será que isso ainda é sinal de sucesso real, ou só o resultado de um marketing poderoso e da nostalgia dos fãs sedentos por um título realmente bom? Como quem quer dizer - agora vai!
Não dá pra negar que Battlefield é uma das franquias mais icônicas do gênero.

Eu que o diga, acompanhei e joguei intensamente desde o segundo até o quinto, pulando apenas o Battlefield 2042 por falta de oportunidade e vontade. Uma franquia famosa pelo tiroteio detalhado, mapas imensos, destruição realista em tempo real — tudo o que faz a gente se perder (e se empolgar) em longas sessões online.

Battlefield 3 e 4 são jogados e amados, até os dias de hoje. Só que depois de tantos tropeços como Battlefield 1, V e 2042, o sucesso inicial de vendas, de Battlefield 6, precisa vir acompanhado do essencial: manter o jogador dentro do game.

A EA pode ter ganhado o fim de semana de estréia, mas um jogo assim só se prova de verdade nos meses seguintes. Se faltar atualização, se o balanceamento for fuleragem ou se o suporte online deixar de punir os trapaceiros, não tem recorde que segure a queda.

É o tipo de jogo que vive ou morre pelo engajamento e o público de hoje não tem paciência para esperar meio mundo de patch milagroso para corrigir os erros.

Outra coisa que me incomoda é o preço. R$299 na Steam. R$349 no PlayStation e Xbox. Tudo digital. É mais de 20% de um salário mínimo em um jogo apenas. Isso não é lazer, é artigo de luxo mesmo. E aí vem a conversa de “mercado aquecido, investimento, experiência premium, preço do dollar”… Meu amigo, premium é poder pagar as contas do mes e ainda sobrar para o jogo.

Para quem não pode, a saída virou o modo gratuito, RedSec, que estreou pouco depois como modo Battle Royale. A ideia é boa, mas a recepção tá meio dividida. Tem gente curtindo, tem gente achando meia-boca, tem gente dizendo que só entrou pra ver se roda. Vai lá na página do game, na Steam, e se deleite com os comentários. Hahaha!

De resto, fico até feliz de ver um “AAA” gigante desses mostrar certo fôlego — porque isso significa que ainda há espaço para os “grandes games” coexistirem com os indies criativos. Mas se o mercado continuar preso em hype, trailer cinematográfico, loot e gráficos lindos demais, pode estar se enterrando na mesmice. E olha que o novo Call of Duty estréia em novembro e sempre mexe as peças do tabuleiro dos FPS.

No fim, Battlefield 6 chegou fazendo barulho e vendendo horrores. Agora precisa provar que sabe dançar até o fim da festa, sem perder o rebolado.

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