A inflação e os combustíveis: Ela é mais perversa entre nós brasileiros, tá ok?
clique para exibir bio do colunista
Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará
Foto: Thais Mesquita
PEC prevê redução dos impostos sobre combustíveis
Os postos de combustível de Fortaleza registraram ontem até R$ 7,49 por litro de gasolina. A vilã da inflação não para de fumegar pelas narinas, impactando nos preços da economia e nas expectativas do que possa ocorrer em 2022.
A "puxadinha" da elevação dos juros da Selic tem funcionado como cloroquina combatendo a Covid-19. Sem efeito.
A inflação já chega a dois dígitos (10,74%) nos últimos 12 meses até novembro deste ano. O Banco Central ainda promete novos aumentos em 2022. Sabemos a quem penaliza uma expectativa dessas. Mais estagnação.
A inflação atinge a todos
O desequilíbrio dos preços da economia ocasionado pela Covid atinge a todos. Saíram os números da inflação de novembro nos Estados Unidos: 0,8% em comparação com outubro. Por lá, também, os números estão insuportáveis para os norte-americanos.
Devem fechar o ano com inflação beirando 7,5%, a taxa mais elevada em 39 anos, informa o Escritório de Estatísticas de Trabalho do país, que mede o Índice de Preços ao Consumidor. Lá, como aqui, a nêmese é a mesma.
Os preços dos combustíveis tiveram uma alta de 6,1% em novembro nos EUA, e de 58% em doze meses. Excluídos esses valores, a inflação foi pouco acima de 0,5%, e uma taxa anual beirando 5%. Impacto semelhante ao que ocorre no Brasil e outras economias da OCDE.
...Mas atinge de modo diferente
Quando se compara os preços dos combustíveis no Brasil com outros países é que se revela a perversidade do seu reflexo na vida dos brasileiros. Para encher um tanque de gasolina de 35 litros, nós gastamos 19,5% do salário mínimo. Nos EUA é possível fazer o mesmo com APENAS 2,73%.
Na América Latina, nossos fronteiriços também sofrem menos do que nós quando o tema é esse. Na Argentina, mesmo com a sua renitente crise econômica, a gasolina custa só 4,2% do salário mínimo; apenas 4,6% no México e 9,0% no Chile. A desigualdade é ainda mais dramática quando se compara com países da União Europeia.
Uma carga tão pesada sobre os preços da energia, incluídos os combustíveis para veículos, resulta numa inconformada penalização dos brasileiros e seus agentes econômicos, impactando a logística, preços dos alimentos, desequilíbrio na renda das famílias, aprofundamento das desigualdades de renda e demais fatores que nos lançam nessa causação circular negativa infinita.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.