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O empurrão para a pobreza
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

O empurrão para a pobreza

Aproximadamente cinco milhões de brasileiros passaram a trabalhar no mercado informal
Tipo Opinião
Até o momento, 1.172 empresas se inscreveram no programa Mais Emprego Ceará, pleiteando o benefício do Governo para pagar parte do salário de 1,8 mil vagas. 

 (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira Até o momento, 1.172 empresas se inscreveram no programa Mais Emprego Ceará, pleiteando o benefício do Governo para pagar parte do salário de 1,8 mil vagas.

O trabalho não é apenas um meio de sobrevivência, mas também uma forma de criação de subjetividade e de identificação social. Infelizmente, esse é um momento em que esse modelo de organização está sendo posto em xeque, com a deterioração das formas de contrato e de geração de empregos. Como se isso não bastasse, ainda há o peso da inflação, que corrói os salários.

Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançam novos sinais de alerta. Uma questão importante consiste no número de trabalhadores informais, que já soma 35,6 milhões; aproximadamente 4,8 milhões de pessoas entraram nessa lista, do ano passado para cá.

Esse é um problema de todos: há uma massa de pessoas sendo empurradas para a pobreza, sem nenhuma garantia de rendimento básico, e isso faz com que o dinheiro circule menos na economia. Não adianta ampliar o número de bilionários (já são 17 no Ceará) se a quantidade de pobres evolui em uma proporção muito maior. É preciso que se olhe para a economia real como um todo e que se exijam providências.

Os prejuízos gerados pela informalidade são diversos. Além da falta de assistência social momentânea, criamos um problema futuro, que é a dificuldade para a aposentadoria de quem está entrando no mercado e para aqueles que já estão prestes a se aposentar.

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IBGE

CEARENSE TEM QUEDA NA RENDA

Outro problema apresentado ontem pelos números do IBGE é referente à queda do valor do dinheiro. No caso do Ceará, a massa de rendimentos do trabalhador é de R$ 5,2 bilhões, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua. Antes da pandemia, esse valor era de R$ 6,1 bilhões: houve uma queda de R$ 906 milhões mensais na massa de rendimentos, se comparado ao período pré-Covid.

Erle Mesquita, analista de mercado de trabalho, ressalta o impacto da inflação, que provocou uma perda de 14,1% nos rendimentos da massa salarial nos últimos meses. Vale ressaltar que estamos falando de pessoas que possuem renda oriunda do trabalho, mas há um desemprego alto de 15,1%, o mais alto de toda a série.

Marcello Brito, presidente do do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio(Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Marcello Brito, presidente do do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio

Agronegócios 

DEFESA DA MARCA BRASIL

Ontem, no Guia Econômico da Rádio O POVO/CBN, o presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito, comentou o manifesto em defesa da democracia, assinado pela entidade.

O empresário destacou a preocupação com a marca Brasil, que passou a ser associada ao desmatamento, perdendo consumidores fora do País. Marcello Brito defende o fim dos embates institucionais para que as preocupações possam se voltar para as questões reais da economia.

Ele lembrou ainda que o agronegócio não é feito apenas por exportadores, mas também por pequenos agricultores que abastecem o País.

Manifesto

SEM PARTICIPAÇÃO DA FIEC

O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, que está em Brasília, ontem em contato com a coluna, disse que o documento da Fiesp e da Febraban em prol do equilíbrio entre os poderes não chegou aos outros presidentes da Federação. O empresário disse desconhecer o conteúdo do manifesto.

Wirelink

AMPLIAÇÃO DE SEGURANÇA

A Wirelink fechou parceria com duas multinacionais de cibersegurança (Fortinet e Check Point). O objetivo é ampliar os serviços na área de segurança de telecom no Ceará. Com a proliferação de golpes e a migração de dados virtuais, as empresas estão mais atentas aos sistemas de proteção.

Gestão

MULHERES NO COMANDO

As ações de igualdade de gênero estão sendo ampliadas entre as empresas. A Votorantim Cimentos anunciou a operação do novo Centro de Distribuição (CD) em Juazeiro do Norte, com capacidade de distribuição de aproximadamente 20 mil toneladas de produtos por mês. Detalhe: foram contratadas apenas funcionárias para o empreendimento, como estratégia para equidade de gênero.

As mulheres também passaram a ocupar 75% dos cargos de liderança da SJ Imóveis. São 104 funcionários, dos quais mais da metade são do sexo feminino e com mais ascensão aos cargos mais altos.

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