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Salto tecnológico e o reforço das políticas públicas
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Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno

Neila Fontenele ciência e saúde

Salto tecnológico e o reforço das políticas públicas

Marcos na saúde ocorridos em 2025 que podem reverberar em 2026
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WS Ozempic (Foto: Freepik)
Foto: Freepik WS Ozempic

É quase Ano Novo e a coluna fez um levantamento de alguns marcos importantes de 2025 que podem reverberar positivamente na saúde em 2026. Um deles, certamente, foi a disseminação da Inteligência Artificial (IA), que deixou de ser apenas uma promessa, unindo-se aos avanços genéticos para transformar o setor.

Na área da Saúde, a IA está deixando o suporte administrativo para protagonizar diagnósticos precoces de câncer e doenças cardiovasculares. Embora ainda falte muito para que essas tecnologias se materializem em atendimentos melhores e em uma saúde pública eficaz, passos importantes estão sendo dados na tentativa de tornar os sistemas mais acessíveis.

No tocante à precisão, as tecnologias acompanhadas pelos wearables (dispositivos vestíveis como relógios, pulseiras e até óculos) evoluíram para implantes inteligentes, capazes de monitorar sinais vitais em tempo real.

Há também uma revolução em curso com a previsão de novos medicamentos. As projeções feitas por laboratórios apontam para uma transformação radical do mercado farmacêutico em 2026.

Se 2025 foi o ano das "canetas emagrecedoras", 2026 pode se consolidar como o ano das pílulas para redução da obesidade.

O futuro das canetas emagrecedoras

Ozempic é usado para o tratamento de diabetes, enquanto Wegovy e Mounjaro são para perda de peso(Foto: Divulgação/Novo Nordisk)
Foto: Divulgação/Novo Nordisk Ozempic é usado para o tratamento de diabetes, enquanto Wegovy e Mounjaro são para perda de peso

Fabricantes de gigantes como o Ozempic e o Mounjaro planejam lançar comprimidos em 2026, eliminando a necessidade de injeções e acirrando a competição neste mercado. Além disso, a patente da semaglutida deve expirar em julho de 2026, abrindo caminho para versões genéricas no Brasil, o que promete reduzir custos.

A Novo Nordisk, por exemplo, já obteve aprovação para a versão em comprimido do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) nos Estados Unidos. A expectativa é de que o medicamento seja lançado no início de 2026. Também é esperada a versão em pílula do Ozempic, o que possivelmente barateará o tratamento de emagrecimento.

A farmacêutica Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, também está desenvolvendo um medicamento oral, mas ainda avalia seus resultados clínicos.

O desafio será melhorar a nossa relação com a comida, vilanizada em vários momentos, passando a ser tratada como calorias e nutrientes ou algo apenas funcional.

Imunoterapia contra o câncer

Em relação ao tratamento oncológico, um dos principais avanços em 2025 ocorreu na área de imunoterapias e mRNA. Pegando carona no sucesso das vacinas contra a Covid-19, a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) está sendo redirecionada para o combate ao câncer. Empresas como a BioNTech desenvolvem terapias para melanoma e câncer de pulmão.

Políticas de prevenção

Contudo, se há avanços na medicação, ainda faltam esforços em prevenção. Essa constatação foi feita pela médica epidemiologista Elisabete Weiderpass, diretora da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante seminário internacional promovido pela Fiocruz.

Vale lembrar: prevenção não é o mesmo que diagnóstico precoce. Para uma política de prevenção efetiva, as autoridades teriam de avançar no controle de produtos nocivos e em alertas sobre hábitos que contribuem para o desenvolvimento da doença, como o consumo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo.

Um feliz 2026 — e um brinde com espumante sem álcool, se possível!

*A coluna terá alguns dias de férias e retornará no dia 21 de janeiro.

 

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