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O pacto das pretas
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Neivia Justa é jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil

O pacto das pretas

.Ainda temos muito trabalho pela frente! O que você tem feito para ajudar a transformar para melhor a realidade das meninas e mulheres negras brasileiras?
Tipo Opinião
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-07-2025: Ato com diversas organizações e movimentos sociais na Praça da Gentilândia convoca para Marcha das Mulheres Negras em Brasília. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-07-2025: Ato com diversas organizações e movimentos sociais na Praça da Gentilândia convoca para Marcha das Mulheres Negras em Brasília. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão, em 25 de março de 1884, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea nacional. Cresci com a falsa ideia de que quase não haviam pessoas negras na minha terra. Mas elas sempre estiveram lá, especialmente as mulheres, invisibilizadas na "área de serviço", no "quarto de empregada".

Ao longo de toda minha vida acadêmica, até a graduação na faculdade, tive tão somente uma única colega negra, durante o Ensino Médio. Desde que entrei no mercado de trabalho, a esmagadora maioria dos meus colegas sempre foi formada por homens brancos. Apenas em 2011, quando eu já tinha mais de 20 anos de carreira, tive a oportunidade de trabalhar com três mulheres negras, líderes como eu.

Sexta passada, 25 de julho, foi o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, criado para reconhecer a luta e a resistência das nossas mulheres negras contra o racismo, o sexismo e outras formas de discriminação. Esta data também homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola que se destacou na luta contra a escravidão no Brasil.

Entre os eventos deste ano, tive a honra de participar do IV Fórum Pacto das Pretas, lá na Fiesp. Foi emocionante ver mulheres negras, líderes em diversos setores da economia, ocupando todos os espaços da programação naquela casa tão masculina e branca, usando suas vozes para trazer ao centro das discussões a invisibilidade e os desafios vivenciados por elas no mercado de trabalho.

Você sabia que as mulheres negras compõem 28,5%, a maior parcela da população brasileira? Onde estão essas 60 milhões de mulheres?

Na política, elas representaram míseros 7,2% do total de pessoas eleitas em 2024.

No mundo corporativo, Tarciana Medeiros é a única mulher preta, nordestina e lésbica, CEO de uma empresa brasileira listada em bolsa.

Ainda temos muito trabalho pela frente! O que você tem feito para ajudar a transformar para melhor a realidade das meninas e mulheres negras brasileiras? Só assim construiremos um mundo menos violento, mais justo, com igualdade de oportunidades para elas. Bem como para todas e todos nós.

 

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