Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
O conflito entre situação e oposição talvez ajude a se chegar a um verdadeiro debate sobre como conter esses criminosos, que se espalham perigosamente por bairros de Fortaleza e cidades do interior.
Por esses dias um confronto entre o governador Camilo Santana (PT) e o deputado federal Capitão Wagner (Pros) ocupou as páginas impressas e digitais deste jornal. Entrou também na polêmica o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron.
A pendenga começou quando o governador fez críticas genéricas à oposição, classificando-a como “raivosa, intolerante, individualista” e disseminadora de “fake news” (16/9/2021).
Capitão Wagner vestiu a carapuça e perguntou se era ou não verdade que as “facções mandam no Ceará”, sugerindo que o governo era aliado desses criminosos (19/9/2021).
Foi então a vez de Caron entrar no rolo, afirmando que antes do motim dos policiais militares (no início de 2020), as facções estavam “destruídas” e que teriam ressurgido devido à greve (22/9/2021).
Disse que a revolta teve como objetivo “desorganizar a segurança com fins eleitoreiros”, responsabilizando Wagner pelo movimento.
É fora de dúvida que a violência no Ceará intensificou-se depois do amotinamento dos policiais militares. O Monitor da Violência mostrou que os homicídios passaram de 2.235 em 2019 para 4.039 em 2020, aumento de 81%. Nos 13 dias da paralisação dos policiais aconteceram 312 homicídios, média de 26 por dia, quanto antes não passavam de oito.
Por sua vez, o governo do Estado não tem a melhor política de segurança pública, tendo mesmo minimizada a ação das facções quanto elas começaram a agir com mais intensidade no Ceará, o que pode ter atrasado o seu combate.
Reconheça-se, porém, que o problema é de difícil solução, mas o sistema “prendo e arrebento”, preconizado pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro, certamente não é a melhor saída, pelo contrário, agravaria o problema.
Parece óbvio que essa é uma discussão “eleitoreira”. Wagner, apoiado por Bolsonaro, é candidato a governador do Estado; Camilo Santana é cotado para a vaga de senador. As eleições estão bem ali, em 2022.
De qualquer forma, esse conflito entre situação e oposição talvez ajude a se chegar a um verdadeiro debate sobre como conter esses criminosos, que se espalham perigosamente por bairros de Fortaleza e cidades do interior.
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