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Avalanche de provas dificulta defesa de golpistas
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Avalanche de provas dificulta defesa de golpistas

Os integrantes da "organização criminosa" (créditos para a Polícia Federal) e seus aliados passaram a papagaiar a tese de que cogitar matar alguém não constitui crime, na tentativa de equiparar planejamento de atentados a uma conversa de botequim
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é indiciado por tentativa de golpe (Foto: Evaristo Sá / AFP)
Foto: Evaristo Sá / AFP Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é indiciado por tentativa de golpe

A avalanche de provas chegou a tal ponto que Jair Bolsonaro e seus sequazes não negam mais que um golpe de Estado era planejado dentro do Palácio do Planalto, enquanto ele ainda exercia a Presidência da República.

Sem contar que sua atuação política constitui uma longa escalada de apologia à ditadura militar de 1964 e de preparação para a instalação de um governo autocrático no Brasil.

Os integrantes da “organização criminosa” (créditos para a Polícia Federal) e seus aliados passaram a papagaiar a tese de que cogitar matar alguém não constitui crime, na tentativa de equiparar planejamento de atentados a uma conversa de botequim. Agora, os mais fiéis áulicos querem, pelo menos, livrar a cara do chefe.

Primeiro, há controvérsias de que não tenha havido nenhum movimento para “eliminar” o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo, a PF não indiciou a turma por tentativa de homicídio, e sim por atentar contra a democracia.

Na entrevista, sem cercadinho, que concedeu no aeroporto de Brasília, Bolsonaro disse que nunca havia debatido a possibilidade de um golpe “com ninguém”. Mas admitiu que, dentro das “quatro linhas” da Constituição, ele havia estudado “todas as medidas possíveis”.

O problema para Bolsonaro é que no centro dessas imaginárias linhas, na dissonância cognitiva golpista, está o artigo 142 da Constituição.

Eles pretendiam torturar o 142 até ele confessar que dispunha de autoridade para acionar a intervenção das Forças Armadas como “poder moderador”, acima do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, os três poderes inscritos na Constituição. A tentativa falhou.

Naquele turbulento dezembro de 2022, várias “minutas de golpe” circularam entre os traidores da pátria que queriam minar a democracia.

Além da interpretação fantasiosa de artigo constitucional, outros documentos golpistas percorreram os salões palacianos. Soprava-se inclusive a ideia de instalar um estado de sítio, para impedir a posse de Lula, algoz de Bolsonaro nas eleições, derrota com a qual ele nunca se conformou.

Veja cronologia das reuniões em que Bolsonaro tratou do golpe l O POVO NEWS

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