Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Como lembra George Orwell, a alegação dos apologistas do totalitarismo, de que a democracia não passa de uma fraude, é um "argumento, em última análise, falso"
Já escrevi algumas vezes que a direita tomou da esquerda a sua tradicional bandeira do combate às instituições “burguesas”. Essa era a cartilha do velho Marx, para quem todo tipo de governo seria uma ditadura; no caso do capitalismo, da burguesia sobre o proletariado.
Olhando assim, todas as instituições estariam a serviço dos privilégios da classe dominante, da manutenção do “status quo”, como diriam os sociólogos. Portanto, deveriam ser combatidas.
Por isso, Marx, nomeou, sem pudor, de “ditadura do proletariado” um governo revolucionário, que teria a tarefa de promover a transição ao comunismo — em direção a uma sociedade sem classes, supostamente sem opressão.
Felizmente, um setor da esquerda notou que a “ditadura” da democracia representativa é melhor do que aquelas preconizadas pela extrema direita, e da que foi implementada na antiga União Soviética, que se tornou uma máquina de extermínio.
Essas ditaduras escancaradas negam qualquer direito ao cidadão, inclusive de criticá-las. A democracia, por sua vez, tolera até aqueles que pretendem destruí-la.
Hoje a esquerda, corretamente, se põe em defesa das instituições, agredidas pela extrema direita. O Supremo Tribunal Federal (STF) é visto como um aliado “progressista”, que confronta o conservadorismo, quando não covardia, do Legislativo.
Se dependesse do Congresso, as possibilidades de aborto ficariam restritos a casos estupro e de risco à vida da mulher; o STF estendeu para situações de fetos com anencefalia.
Foi também STF a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E, ainda, coube ao Supremo proibir a tese da “legítima defesa da honra” em casos de feminicídio, entre outras pautas do movimento social.
Novamente as instituições ganham protagonismo. A Polícia Federal, pela investigação que comprovou a organização de um golpe de Estado, levando ao indiciamento de generais, pela primeira vez na história do Brasil — e o STF, a quem caberá julgar os participantes desse crime.
Como lembra George Orwell, a alegação dos apologistas do totalitarismo, de que a democracia não passa de uma fraude, é um “argumento, em última análise, falso”. Isso não quer dizer que a democracia liberal e o capitalismo sejam perfeitos; longe disso.
PGR começa a analisar provas contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe l O POVO NEWS
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