Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
A situação é grave o suficiente para as autoridades perceberem que a truculência policial ou o envolvimento de agentes com o crime vai muito além da teoria das "laranjas podres", bastando separá-las para manter a sanidade da corporação
Até agora, 16 policiais militares estão presos, suspeitos de participarem da ação que levou ao assassinato de Vinícius Gritzbach, delator de crimes cometidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A execução aconteceu no dia 8 de novembro do ano passado.
Segundo as investigações da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, os PMs estariam envolvidos com narcotraficantes ligados ao PCC, inimigos de Gritzbach.
Entre os detidos estão o tenente Fernando Genauro da Silva, acusado de dirigir o carro usado na fuga dos executores; e o cabo Dênis Antônio Martins, que seria um dos atiradores. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, dentro do aeroporto de Guarulhos (SP), o mais movimentado do País.
Tanto nas mortes provocadas por policiais em São Paulo, quanto no envolvimento de agentes na morte de Gritzbach, o comando da PM e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), continuam a falar que são “casos isolados”.
Mas a situação é grave o suficiente para as autoridades perceberem que a truculência policial ou o envolvimento de agentes com o crime vai muito além da teoria das “laranjas podres”, bastando separá-las para manter a sanidade da corporação
As investigações mostram que os militares presos estavam espalhados por vários batalhões, inclusive da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da PM paulista.
A lembrar que os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes foram praticados por dois ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, um fez os disparos e outro dirigiu o carro usado no crime.
Outro apontamento que se pode fazer a partir desses acontecimentos, é que o crime organizado já superou a fase das tentativas e conseguiu se instalar em instituições oficiais. O que aconteceu recentemente no Ceará é outro exemplo dessa escalada.
Portanto, se as autoridades não reconhecerem que a situação vai além de “casos isolados” o quadro tende a piorar.
O primeiro passo para resolver um problema é reconhecer que ele existe.
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