Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ainda é cedo para conclusões definitivas, mas a pesquisa da agência Reuters/Ipsus, mostrando que os americanos discordam de algumas propostas de Donald Trump, é um alento sobre um aparente consenso que se formou em torno do presidente dos Estados Unidos.
Vejam alguns dados do levantamento realizado entre os dias 24 e 26 de janeiro de 2025.
Golfo do México
—> 70% dos entrevistados desaprovam a decisão de renomear o Golfo do México para Golfo da América; 25% concordam com a mudança. (Alteração que o subserviente Google já cuidou de fazer.)
Filhos
—> 79% discordam de acabar com a cidadania para filhos de migrantes nascidos em solo norte-americano. (Direito garantido pela Constituição dos Estados Unidos desde 1868.)
Diversidade
—> 59% dos entrevistados disseram ser contrários às propostas de acabar com os esforços federais de promoção da contratação de mulheres e integrantes de grupos raciais minoritários. (Depois de Trump culpar a política de diversidade pelo terrível acidente aéreo acontecido em Washington é capaz de aumentar essa rejeição.)
Inflação preocupa
—> 50% disseram que o país está no caminho errado em relação ao custo de vida, em comparação aos 25% que o veem na direção correta.
Rigor contra imigrantes
—> 48% aprovam a abordagem de Trump com relação à imigração, em comparação aos 41% que a desaprovam.
Invasão
—> 58% ficaram contra o perdão aos condenados por crimes relacionados ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA.
País continua dividido
—> No geral, 45% aprovam o desempenho de Trump como presidente, mas 46% desaprovam.
Carta branca
A sensação de que Trump tem carta branca para fazer o que quiser na presidência é resultado da seguinte mistura:
1) O espetáculo que ele produz em torno dele.
2) O terror que implementa entre os funcionários públicos.
3) Às ameaças as ameaças contra estudantes estrangeiros, de cassar-lhes o visto, caso participem de manifestações a favor da Palestina.
4) Ao medo que toma conta de segmentos da sociedade devido ao destrambelhamento presidencial.
A questão é se um governo desse tipo sobrevive sem que também avance o autoritarismo.
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