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Começa interrogatório do "núcleo crucial" do golpe
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Começa interrogatório do "núcleo crucial" do golpe

Bolsonaro disse que falará a "verdade" em interrogatório do STF. Se ele cumprir a promessa, preparam-se para ouvir a confissão do século
Mauro Cid foi ajudante de ordens da Presidência, na época que Jair Bolsonaro foi chefe do Executivo (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Foto: Lula Marques/Agência Brasil Mauro Cid foi ajudante de ordens da Presidência, na época que Jair Bolsonaro foi chefe do Executivo

A convite do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL) passou o fim de semana hospedado no Palácio Bandeirantes (sede do governo de São Paulo).

Durante o período, o ex-presidente preparou-se para responder ao interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), como réu no processo em que é acusado, entre outros crimes, de tentativa de golpe de estado.

A sessão, que será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, está marcada para esta segunda-feira (9/6/2025). Com Bolsonaro serão interrogados os outros sete integrantes do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado.

Todos os réus deverão estar presentes no tribunal, nesta segunda-feira (9/6/2025), sentados lado a lado. A previsão é que os testemunhos sigam até o dia 13/6/2025.

O primeiro a ser interrogado será o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do Bolsonaro. Em seguida, os demais serão chamados por ordem alfabética. Bolsonaro deverá ser o sexto a ser ouvido. A sessão será transmitida pela TV Justiça.

Bolsonaro declarou que não iria “lacrar” durante o interrogatório e que falaria a “verdade”. Quanto a lacrar, seria interessante ver um enquadro que ele sofreria de Moraes, caso confundisse a Suprema Corte com uma rede social, que aceita tudo e algo mais.

Sobre falar a “verdade”, se ele cumprir a promessa, será a confissão do século. O rastro de evidências que os golpistas deixaram — por incompetência ou sentimento de impunidade — é suficiente para apagar qualquer dúvida quanto aos objetivos dos réus.

Bolsonaro durante o seu mandato, e antes, nunca escondeu seu propósito de implementar um governo autoritário no País.

Os oito réus do chamado “núcleo crucial” do golpe são os seguintes:

Mauro Cid, tenente-coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista.

Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha.

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Augusto Heleno, general reformado do Exército, ex ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República.

Paulo Sérgio Nogueira, general reformado do Exército e ex-ministro da Defesa.

Walter Braga Netto, general reformado do Exército, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

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