Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
O ex-presidente era o "principal destinatário" do resultado da espionagem ilegal. Ele usou a estrutura da agência para proteger a família, atacar adversários e promover desinformação
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
AGÊNCIA Brasileira de Inteligência (Abin) é alvo de investigação
O resultado da investigação sobre a "Abin paralela" oferece uma pálida ideia de como seria um governo autoritário, comandado por Jair Bolsonaro
No mínimo, uma sociedade sob constante vigilância do "Big Brother". Não a versão espetacularizada da Globo, porém de George Orwell, criador do termo (salve, "1984").
O sistema ilegal de espionagem, levado a cabo por ele, segundo a Polícia Federal, monitorou jornalistas, integrantes do Judiciário e políticos. Não escaparam nem mesmo os correligionários de Bolsonaro, como Cláudio Castro (PL), governador do Rio, cujo objetivo do monitoramento era "buscar todos os podres do Gov RJ" (acharam?), segundo anotou o relatório da Polícia Federal.
Ditadores exigem fidelidade canina (com o perdão dos "pets"), ao mesmo tempo, desconfiam de todos, até da sombra. Cada aliado é um traidor em potencial, por isso candidato a ficar ferido pelo caminho, quando cai em desgraça (Zambelli?) — ou caso contrarie as vontades do "duce".
A organização criminosa, segundo a PF, funcionou durante o governo Bolsonaro, monitorando cerca de 1.800 celulares. No período, Alexandre Ramagem era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O relatório da Polícia Federal anota que Jair Bolsonaro era o “principal destinatário" do resultado da espionagem ilegal. E, ainda, que usou em seu benefício político as informações colhidas ilegalmente pela "Abin paralela". Além disso, a estrutura da agência teria sido usada para proteger a família dele, atacar adversários e promover desinformação.
Foram indiciadas mais de 30 pessoas. A lista inclui o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, este por obstruiir as investigações, segundo a PF.Bolsonaro não sofreu novo indiciamento, mas não está livre da encrenca, como beneficiário do mal feito, como se pode ver no trecho do relatório da PF. Ele escapou, pois já foi denunciado na ação por tentativa de golpe de Estado, respondendo pelos mesmos crimes ora expostos.
Portanto, como se pode observar, ele tem pela frente uma nova encrenca.
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