
Rachel Gomes é jornalista, mãe da Serena e da Martina e produz podcasts de maternidade há cinco anos. Em 2022, deu início ao MamyCast, primeiro podcast de maternidade do Ceará, onde aborda pautas informativas sobre maternidade, gestação e infância
Rachel Gomes é jornalista, mãe da Serena e da Martina e produz podcasts de maternidade há cinco anos. Em 2022, deu início ao MamyCast, primeiro podcast de maternidade do Ceará, onde aborda pautas informativas sobre maternidade, gestação e infância
No início do mês de fevereiro deste ano, a cantora Lexa anunciou a morte de sua filha Sofia, 3 dias após o nascimento, levantando a discussão sobre o tema. No último episódio do MamyCast, abordamos esse luto tão delicado e muito pouco falado justamente pela dificuldade que há, tanto das mães conseguirem falar sobre essas perdas tão dolorosas, quanto pela dificuldade da sociedade em reconhecer esse luto.
A psicóloga perinatal clinica e hospitalar, Florence Façanha, explicou o uso do termo e o que ele engloba:
"O 'luto perinatal' é assim chamado por englobar todas as perdas. A gente considera que há um processo de luto desde as primeiras semanas. Então, não importa se são 4 semanas de gestação, ou 6, ou 19, ou se vem após o nascimento, a gente considera como uma perda que vai desencadear um processo de luto."
Outra aspecto importante é invisibilidade dessa pauta perante a sociedade. As pessoas não dão a devida (ou a mesma importância que um luto materno mais avançado) e minimizam a dor dessas mães, tornando todo o processo ainda mais difícil:
"Na literatura, ele é um luto considerado como não reconhecido pela sociedade. A primeira razão pra isso é que é uma morte atrelada ao nascimento. A morte ela é mais socialmente aceita quando ela vem no final da vida, porque a gente tem aquela ideia de que houve todo um ciclo: a pessoa nasceu, cresceu, se desenvolveu e no final da vida vem a morte. Só que essa é uma morte atrelada ao nascimento, então vai de encontro com essa lógica e pra gente assimilar é muito difícil", explicou Florence.
No episódio, ouvimos e acolhemos a histório do luto da Nydia Carvalho, professora de Direito que sofreu uma perda perinatal em 2023, aos 7 meses de gestação, do seu filho Arthur. Ela induziu o parto e o Arthur "nasceu" de parto normal, após as horas mais longas da vida de Nydia. Sem dúvidas, um dos episódios mais difíceis e, ao mesmo tempo, um dos mais inspiradores.
Ouvir a história e a força da Nydia nos mostrou o quão resiliente é o amor materno, capaz de luta dia após dia para ressignificar uma das maiores dores do mundo: a dor de se despedir de um filho.
Assita ao episódio na íntegra acessando a playlist do MamyCast no YouTube do O POVO, ou no Spotify.
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