Sou jornalista de formação. Tenho o privilégio de ter uma vida marcada pela leitura e pela escrita. Foi a única coisa que eu fiz na vida até o momento. Claro, além de criar meus três filhos. Trabalhei como repórter, editora de algumas áreas do O POVO, editei livros de literatura, fiz um mestrado em Literatura na Universidade Federal do Ceará (UFC). Sigo aprendendo sempre. É o que importa pra mim
É importante que se diga que, mesmo que Lula esteja equivocado em muitas coisas, ele não é um iliberal que atenta contra as instituições e que despreza os ritos democráticos
Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
Presidente Lula na reunião de cúpula dos Brics
Desde que o presidente Trump assumiu o poder nos Estados Unidos, o bolsonarismo se alimenta da expectativa de ter ganho um aliado forte na esperança de livrar Jair Bolsonaro de responder pelos seus atos, todos comprovados, contra a democracia brasileira.
O líder estadunidense, que não está nem aí para democracia nenhuma, nem no País dele nem em lugar algum, decidiu se pronunciar na última segunda-feira no seu característico, além de ameaçar os países que se alinharem com os Brics com mais taxas, novo instrumento de pressão usado pelo iliberal Trump no mercado internacional.
Na noite de anteontem, li pelo menos dois artigos que comparavam a defesa de Trump a Bolsonaro à visita do presidente Lula à ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em prisão domiciliar, acusada de corrupção.
Em um dos textos, o autor falava que os episódios envolviam “atos de líderes populistas”. Tornou-se muito frequente esse tipo de construção de discurso que tece comparações reducionistas. Aliás, a extrema direita é especialista em reduzir ao mínimo possível a realidade a fim de tirar o máximo proveito em desvirtuar as coisas.
Lula e Trump não são o mesmo tipo de líder com os sinais trocados. Aliás, nada é assim. Lula visitou Cristina Kirchner – coisa que não deveria ter feito – dentro do protocolo exigido pela Justiça argentina, que autorizou a ida de Lula à casa da peronista, enquanto estava naquele país cumprindo uma agenda oficial. Foi muito criticado internamente pela visita à ex-presidente da Argentina e deveria mesmo, por ter criado um desconforto diplomático desnecessário.
Outra coisa muito diferente são as palavras do presidente Trump, que passa “pito” no Brasil como se o País fosse um moleque fazendo um mal-feito qualquer.
No entanto, para quem quer anexar o Canadá ao território dos Estados Unidos e pegar de volta o canal do Panamá, além de planejar uma riviera na faixa de Gaza, isso já era mais ou menos esperado. Na verdade, até demorou para acontecer de o presidente norte-americano tomar partido por Bolsonaro. E não, Trump não é o Lula com a chave virada, com sinal trocado etc.
É importante que se diga que, mesmo que Lula esteja equivocado em muitas coisas, ele não é um iliberal que atenta contra as instituições e que despreza os ritos democráticos.
Além do mais, é incompreensível sob todas as formas os brasileiros que apoiam o presidente americano e outros políticos dos Estados Unidos contra a Justiça brasileira.
Uma coisa é um cidadão de qualquer país criticar uma decisão judicial, reunir argumentos e novos vieses para um debate legal. Outra coisa muito diferente é fazer e estimular campanhas contra magistrados do STF, pessoalmente, desacreditando em nível internacional a capacidade desses magistrados de julgar.
Qual o impacto diplomático da visita de Lula a Cristina Kirchner em meio ao Mercosul? | O POVO NEWS
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